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Estado de Minas

Vale já previa que eventual rompimento de barragem afetaria refeitório e sede da unidade

A constatação foi documentada em um plano de emergência da barragem de 18 de abril do ano passado


postado em 01/02/2019 13:10

(foto: Tulio Santos/EM)
(foto: Tulio Santos/EM)

Um documento com plano de emergência da barragem de Brumadinho indica que, antes da tragédia a Vale  já sabia que um eventual rompimento de barragem no local destruiria as áreas industriais da mina de Córrego do Feijão, incluindo o restaurante e a sede da unidade, onde estavam parte dos mortos e desaparecidos. O documento foi obtido pela “Folha de São Paulo” e teve o seu teor divulgado pelo jornal nesta sexta-feira,  quando completou uma semana depois do desastre, que, até a noite de quinta-feira teve a confirmação de 110  mortos e 238  desaparecidos.

De acordo com a publicação,  a informação consta em um  plano de emergência da barragem, de 18 de abril de 2018. Procurada pelo Estado de Minas, nesta sexta-feira, a Vale informou que  todas as suas barragens possuem um Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), conforme estabelece a legislação brasileira e que o plano é elaborado “com base em estudos técnicos de cenários hipotéticos para o caso de um rompimento”. Informou também que a barragem recebia inspeções quinzenais pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e que a última delas ocorreu 34 dias antes do desastre, em 21 dezembro de 2018. Além disso, a estrutura passou por duas inspeções em janeiro.

Conforme a reportagem,  o PAEBM deve projetar quais serão os danos em caso de colapso e definir medidas de mitigação dos estragos, seguindo portaria do governo Federal. No caso da barragem de Brumadinho, segundo a publicação, ele previa que a extensão da lama chegaria a 65 quilômetros da barragem.

“O território para a propagação da onda de ruptura, a jusante da Barragem I é composto por diversos usos e coberturas. Parte da vegetação existente na área é classificada como de grande porte, como áreas de florestas e reflorestamento, além de áreas de pastagens, observando-se a presença de áreas antropizadas nas manchas urbanas”, diz trecho do documento, segundo a Folha.

A matéria lembra que o plano prevê que “diferentes mecanismos de comunicação serão utilizados, com o uso de acionamentos sonoros”.  No entanto,nenhuma  sirene,  tocou, como admitiu quinta-feira o presidente da Vale, Fabio Schvartsman. “Em geral, isso (rompimento) vem com algum aviso”, disse. “Aqui aconteceu um fato que não é muito usual. Houve um rompimento muito rápido. A sirene foi engolfada pela queda da barragem antes que ela pudesse tocar”, alegou Schyartsman.

O texto ainda destaca que equipes de emergência da Vale deveriam ficar de prontidão em suas bases ou serem deslocadas para pontos estratégicos. “No entanto, pela demora em comunicar o incidente, é possível que os funcionários possam ter sido atingidos primeiro, já que ficavam no pé da estrutura da barragem”.

O que diz a Vale

Procurada pelo ESTADO DE MINAS, nesta sexta-feira, por meio de nota, a Vale informou que nota da vale todas as suas barragens possuem um Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), conforme estabelece a legislação brasileira. “Esse plano é construído com base em estudos técnicos de cenários hipotéticos para o caso de um rompimento. O PAEBM prevê qual será a mancha de inundação e também a zona de autossalvamento”, sustentou.

A empresa informou, conforme determinação de portaria 70.389/2017, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o PAEBEM da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão foi  protocolado na Prefeitura de Brumadinho e junto às Defesas Civis Municipal, Estadual e Federal em julho, agosto e setembro de 2018. “A estrutura possuía todas as declarações de estabilidade aplicáveis e passava por constantes auditorias externas e independentes”,  diz a nota.

A Vale alega ainda que  “havia inspeções quinzenais, reportadas à Agência Nacional de Mineração (ANM)”, sendo a última delas realizada em 21 de dezembro de 2018. “ A estrutura passou também por inspeções nos dias 8 e 22 de janeiro deste ano, com registro no sistema de monitoramento da Vale”, informa.

“Toda essa documentação sempre esteve e continua à disposição das autoridades. A Barragem I possuía sistema de vídeo-monitoramento, sistema de alerta através de sirenes e cadastramento da população à jusante. Também foi realizado o simulado externo de emergência em 16 de junho de 2018, sob coordenação das Defesas Civis e com o apoio da Vale, e o treinamento interno com os funcionários em 23 de outubro de 2018”, relata a mineradora.


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