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Estado de Minas

Bíblia à brasileira: CNBB edita nova tradução oficial do livro sagrado

CNBB conclui o novo texto e Arquidiocese de Belo Horizonte lança obra nas paróquias neste fim de semana. Trabalho de tradução levou 25 anos


postado em 01/12/2018 06:00 / atualizado em 01/12/2018 08:03

Padre Luís Henrique Eloy e Silva e o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo participaram ativamente do novo texto(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
Padre Luís Henrique Eloy e Silva e o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo participaram ativamente do novo texto (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)


Depois de 25 anos de estudos e pesquisas em documentos escritos em várias línguas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem concluída e editada a nova tradução oficial da Bíblia, o livro sagrado que servirá de referência para a Igreja Católica no Brasil. O lançamento na Arquidiocese de Belo Horizonte será amanhã, na missa das 8h, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Grande BH, durante missa presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte dom Walmor Oliveira de Azevedo. Já à venda nas livrarias, a obra também será apresentada nas paróquias no fim de semana.

Dom Walmor trabalhou nos seis primeiros anos da nova tradução da Bíblia e diz que o trabalho tem grande importância e até “raízes mineiras”. “Participei da primeira reunião sobre o projeto na sede da Regional Leste II (Minas e Espírito Santo), da CNBB, em Belo Horizonte. Na época, era reitor do seminário de Juiz de Fora (Zona da Mata). Lembro-me bem que o então arcebispo de Londrina (PR) e presidente da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, dom Albano Cavallin (1930-2017), afirmou que a equipe envolvida tinha muitos mineiros.” Ainda hoje, o comitê científico da instituição tem três bispos e três padres, sendo metade daqui: o arcebispo metropolitano, o padre Luís Henrique Eloy e Silva, encarregado da coordenação geral e revisão global da nova tradução oficial, e o padre jesuíta Johan Konings, belga radicado em BH e responsável pela revisão e organização editorial.

Conforme recomenda o Concílio Vaticano II, a tradução se baseia nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, comparados com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica do latim. Entre os objetivos do clero, está o desejo de proporcionar aos católicos brasileiros uma tradução a ser usada nas futuras publicações oficiais da Igreja no país e nos documentos. E mais: a nova versão se torna uma tradução segura, reconhecida pelo magistério não só da Igreja Católica no Brasil, mas do mundo.

ALTA QUALIDADE Na manhã de ontem, ao lado do padre Luís Henrique, titular da Paróquia São Bento, na Região Centro-Sul da capital, e único representante no país da Pontifícia Comissão Bíblica, nomeado pelo papa Francisco, dom Walmor ressaltou que a Bíblia fortalece a Igreja da Palavra e prioriza a qualidade. E criticou “o evangelismo que entorta e desvirtua o sentido do cristianismo, com uma interpretação que vai na contramão da qualidade”. Para o arcebispo, “não se pode fazer qualquer coisa com a Palavra de Deus. E nem dizer que ela diz o que ela não diz”.

Professor de Novo Testamento na PUC Minas, padre Luís Henrique explicou que a nova tradução se torna referência por ser fiel ao texto original, seguir a linguagem padrão e ter coerência semântica. Mergulhado na tradução da Bíblia nos últimos 10 anos, o religioso acrescenta que foi levada em conta a “proclamidade do texto”. Em resumo, é para ser proclamado, lido em voz alta na comunidade, evitando-se interpretações individualistas. No trabalho da CNBB havia “dois tradutores que são músicos”. A equipe teve atenção e estudos profundos sobre palavras em grego que têm vários sentidos em português, daí o cuidado na questão semântica. Dois exemplos, um deles bem atual: “filargueria”, que significa amigo do dinheiro, e ágape, que quer dizer amor e caridade.


Em nota, a direção da CNBB, que já fez o lançamento da Bíblia em Brasília (DF), na quarta-feira, informa: “Seguimos de perto a nova tradução que depois do Concílio Vaticano II foi publicada, em latim, para a Igreja Católica inteira, a Nova Vulgata. Ao mesmo tempo levamos em consideração a fluência e a beleza, para que o texto possa entrar facilmente no ouvido e ser guardado no coração como alimento espiritual”. O texto, mais fluido que o existente em outras versões, se apresenta “simples e transparente nas narrativas, conservando toda a riqueza dos textos originais e os ecos da tradição litúrgica e espiritual através dos séculos”.

 

SAGRADAS ESCRITURAS

1) A Bíblia agora lançada pela CNBB demorou 25 anos para ser traduzida. Tem 1.700 páginas. O arcebispo dom Walmor trabalhou seis anos nas traduções


2) Os textos do Antigo Testamento foram escritos em hebraico e na língua irmã aramaico. Já o Novo Testamento, em grego


3) A Bíblia é considerada o livro mais vendido no mundo. Há traduções em todas as línguas e pode ser encontrada em dialetos africanos


4) A primeira Bíblia impressa foi obra do alemão Gutemberg. Ficou com 1272 páginas e foi impressa entre 1450 e 1455


5) Os primeiros livros do Velho Testamento datam de 400 anos antes de Cristo


6) A Bíblia cristã contém o livro do Novo Testamento, os escritos de Israel, o Antigo ou Primeiro Testamento e a tradição religiosa de Israel


7) As traduções da Bíblia colaboraram fortemente para a oficialização das línguas europeias


8) Com os meios digitais, é possível encontrar a Bíblia em vários sites, muitas vezes com trechos lidos

Fonte: Arquidiocese de BH
 


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