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Estado de Minas

Operação desmantela quadrilha que atuava como máfia havia 20 anos em Minas

Trabalho conjunto do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar no âmbito do Gaeco busca membros de uma organização criminosa composta por fazendeiros, empresários, políticos, policiais militares, policiais civis, agentes penitenciários e civis que cometiam extorsão, corrupção ativa e passiva, concussão e homicídios por recompensa


postado em 20/11/2018 11:51 / atualizado em 20/11/2018 23:18

Operação foi lançada na manhã desta terça-feira(foto: Ministério Público/Divulgação)
Operação foi lançada na manhã desta terça-feira (foto: Ministério Público/Divulgação)
Agentes públicos de Minas Gerais estão nas ruas nesta terça-feira para desmantelar uma quadrilha que age de forma semelhante à máfia italiana no Leste de Minas Gerais. A operação, batizada de "La Famiglia" em alusão à origem italiana da máfia, visa cumprir 42 mandados de prisão contra 29 alvos em Minas Gerais, em outros três estados (Bahia, Ceará e Maranhão) e também fora do Brasil.

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, essa organização criminosa teria atuação há pelo menos 20 anos em Minas e agia promovendo corrupção e violência para garantir a prática de crimes diversos. Ainda segundo o MP, 18 homicídios na comarca de Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce, são investigados no âmbito desse trabalho. Há indícios da participação de vereadores do Leste de Minas, empresários, policiais civis e militares e agentes penitenciários na participação dos crimes.

No caso dos assassinatos, as vítimas são pessoas que se tornaram inconvenientes para o grupo criminoso, seja por desacertos comerciais, desavenças familiares, desavenças políticas, queima de arquivo, furtos de gado e de armas e até infidelidade conjugal. A organização era conhecida como "Família" ou "Irmandade" e usava estratégias refinadas para garantir sucesso em suas ações, segundo o MP.

O grupo se organizava para não ocorrer flagrantes durante os crimes, inclusive observando escalas da Polícia Militar, organizava apoio logístico para monitoramento do entorno das cenas de crimes e acompanhava de perto as investigações, para obter informações privilegiadas. Além disso, a organização agia coagindo vítimas e autoridades, eliminava testemunhas, e se aproximava das autoridades para obter vantagens.

Num dos casos, foi morto um herdeiro de uma propriedade menor que não quis vender suas terras. As investigações revelaram ainda a participação do grupo num crime que ficou conhecido como chacina de Tumiritinga e chocou o país em 7 de fevereiro de 2012. Cinco pessoas foram assassinadas sem chance de defesa numa fazenda que fica no distrito de Divino do Sul, em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce. Entre os mortos estava o ex-vereador Jandir Caetano dos Santos, dois filhos dele e dois funcionários que cuidavam do terreno. Um terceiro filho do parlamentar e um garoto de 12 anos conseguiram fugir. 


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