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Estado de Minas

BH tem 35 obras contra a chuva atrasadas: responsabilidade da prefeitura ou de ministério?

Às vésperas de outro período chuvoso, capital ainda aguarda reparos em dezenas de estragos da última estação. Brasília diz esperar documentos da capital. Prefeitura afirma ter assumido ações que não podiam esperar


postado em 12/09/2018 06:00 / atualizado em 12/09/2018 08:22

Intervenção na Rua Genoveva de Souza, após anos de espera, deve ser concluída em julho de 2019, anunciou ontem o prefeito Alexandre Kalil (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS )
Intervenção na Rua Genoveva de Souza, após anos de espera, deve ser concluída em julho de 2019, anunciou ontem o prefeito Alexandre Kalil (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS )

Uma obra em andamento depois de três anos de espera – e com previsão de entrega para 2019 – e 35 outras paradas na burocracia entre Belo Horizonte e Brasília. Ontem, o prefeito Alexandre Kalil esteve no Bairro Sagrada Família, onde ocorrem intervenções para contenção de encosta e drenagem da Rua Genoveva de Souza, e anunciou a conclusão dos trabalhos para julho de 2019, portanto mais de um semestre depois dos prazos estimados no fim de 2017 pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Na mesma visita, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, informou sobre intervenções de reconstrução de danos causados pelas chuvas, que não teriam avançado por falta de repasse do governo federal. “Enviamos ao Ministério da Integração (Nacional) um plano de recuperação e encaminhamos 35 danos que a cidade sofreu. O recurso não veio, as coisas não andaram em Brasília. Seja por ser final de governo ou falta de recurso”, disse.

Mais tarde, o ministério informou em nota que o repasse mencionado pelo secretário ainda depende de ações do município. “Equipes da pasta aguardam o envio de informações técnicas complementares dos projetos apresentados pela Prefeitura de Belo Horizonte. Os dados são indispensáveis à análise do processo; o município foi informado no último dia 16 de agosto sobre a necessidade de enviar documentação adicional”, diz o texto. Questionada sobre a situação, a assessoria da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura confirmou, à noite, que tem até o dia 30 para enviar a Brasília a documentação necessária à liberação de recursos para as obras mencionadas pelo secretário. E que o titular da pasta, na verdade, quis dizer que o município iniciou obras paliativas nas regiões mais críticas, que não poderiam esperar pelo fim do processo de obtenção do recurso federal.

Em nota, a Secretaria de Obras informou que o município executa “obras paliativas de contenção em 25 locais de maior risco que sofreram impactos com as chuvas do início do ano, enquanto aguarda a liberação dos recursos” federais. “Vinte e três (dessas) obras estão na lista das 35 com recursos pleiteados ao Ministério da Integração e duas outras foram acrescidas, face ao seu caráter emergencial. As 12 (da lista de 35) que não estão passando por obras são monitoradas pelas gerências regionais de Infraestrutura Urbana das regionais competentes”, detalhou o texto.

Na Rua Genoveva de Souza, após anos de espera, a ordem de serviço para as intervenções foi assinada em 23 de julho deste ano. Os investimentos previstos são de R$ 936,7 mil – recursos obtidos junto ao governo federal. A via, de mão única, funciona como saída do Bairro Sagrada Família para motoristas que seguem rumo às avenidas Silviano Brandão, Cristiano Machado e José Cândido da Silveira, passando pela Rua Conselheiro Lafaiete. O fechamento, em 2015, ocorreu devido a um abatimento no asfalto, com abertura de cratera e trincas no piso, em um ponto onde há um barranco em um dos lados da pista.

A obra prevê a construção de muro de contenção em estrutura de concreto armado e a implantação de rede de drenagem profunda, compreendendo serviços como demolições, escavações, aterros, serralheria, construção de passeios, substituição de meios-fios, recomposição da encosta, com plantio de grama, recapeamento asfáltico e sinalização. Nessa etapa, a obra da rua tem previsão de execução de nova rede de drenagem interligada com a existente na Rua Pitangui, nas imediações da Arena Independência. A via, uma das mais importantes do bairro, está fechada.

O prefeito Alexandre Kalil disse que visitou a obra na manhã de ontem por se tratar de uma promessa de campanha. “A obra no Viaduto Leste, que era maior, mais cara, eu só abri pra população, não fui lá. Aqui eu tinha (que visitar), pois ficou fechado por vários anos. Uma obra que não é cara e que eu falei (na campanha) que voltaria aqui, como prefeito, e faria”, afirmou. Perguntado sobre o cronograma, Kalil prometeu que a fase de sustentação será finalizada até novembro, para não correr o risco de ser prejudicada no período chuvoso.

É o que esperam moradores da região, como o empresário Rodrigo Giovanni Domingos Jorge, de 29 anos. “Essa obra demorou muito para começar. Durante o período de chuva, ficávamos muito tensos, por medo de desmoronar. Final de ano a gente nem dormia”, comentou ele, que mora em uma das casas em frente a encosta. “Minha vontade é de soltar foguetes ao ver a obra sendo feita. Está bem acelerada”, acrescentou. A vizinha Raquel Badaró de Carvalho, de 63, ficou satisfeita por, finalmente, a intervenção ter começado. “Esperamos que seja feita da forma correta e coloque fim definitivo ao problema”, concluiu a moradora que sempre morou no bairro. Inclusive, presenciou a tragédia da década de 1980, na qual cinco pessoas de uma família foram soterradas.

ATRASOS A felicidade não é a mesma para vizinhos a outros estragos causados pela temporada de chuvas em Belo Horizonte. Mencionando 35 obras que aguardam solução definitiva na cidade, e que demandam recursos do Ministério da Integração, o secretário de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, informou que se trata de investimento muito alto para o município – cerca de R$ 49 milhões. Como há situações consideradas emergenciais, a secretaria e a Defesa Civil identificaram 25 casos que deveriam sofrer intervenções até o período da chuva. “Estamos fazendo manutenção desses 25 casos com recurso que é destinado à secretaria para a manutenção da cidade. Essa cota inclui tapa-buraco, podas e supressões (de árvores), aluguel de máquinas para trabalhar na manutenção. Então, nós precisamos reajustar dentro dessa cota e estamos dando prioridade à manutenção desses pontos”, afirmou Valadão. A maioria dos problemas é de erosão.


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