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Estado de Minas

Festas de Agosto reúnem reúnem milhares de pessoas em Montes Claros

Com quase 200 anos de existência, festas de agosto vão até domingo e estão recheadas de cultura, religião e história; participação das mulheres também se amplia


16/08/2018 21:24 - atualizado 17/08/2018 10:11

Ver galeria . 7 Fotos As festas de agosto têm como protagonistas os grupos de catopês, marujos e caboclinhos, que representam a formação do povo brasileiro (portugueses, negros e índios)Luiz Ribeiro/EM/D.A Press
As festas de agosto têm como protagonistas os grupos de catopês, marujos e caboclinhos, que representam a formação do povo brasileiro (portugueses, negros e índios) (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press )
Alegria, devoção, beleza e animação. Esses elementos, nascidos na fé e na cultura popular, invadiram as ruas e praças do Centro de Montes Claros, na Região Norte de Minas, nesta semana, com a realização das centenárias festas de agosto. As celebrações constituem uma das mais antigas manifestações folclóricas do povo mineiro e vão até domingo, com encontros religiosos e programação artística – Festival Folclórico e Encontro de Tambores –, atraindo milhares de pessoas. 

As festas de agosto têm como protagonistas os grupos de catopês, marujos e caboclinhos, que representam a formação do povo brasileiro (portugueses, negros e índios). Eles são moradores simples da cidade, que, nesse período, comandam o acontecimento e impressionam os visitantes por conta dos seus ritmos, roupas e fitas coloridas, além de muita devoção aos santos padroeiros (Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Divino Espírito Santo). 

A devoção vem de quase dois séculos. Em 2018, a manifestação popular completa 179 anos, segundo a Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros, responsável pela organização do evento, viabilizado por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. 

Nesta quinta-feira, centenas de pessoas foram às ruas da cidade norte-mineira para acompanhar o Reinado de Nossa Senhora do Rosário (domínio das cores azul e branco). Mantendo a tradição, o desfile saiu da Praça Doutor João Alves, em frente ao Automóvel Clube, e seguiu em direção à Igrejinha do Rosário (Praça Portugal/Avenida Coronel Prates). 

Na manhã desta sexta-feira, acontecerá o Reinado de São Benedito (cor rosa). Na manhã de sábado, novamente centenas de moradores e visitantes vão às ruas para assistir ao desfile do Império do Divino Espírito Santo (cor vermelha). O evento será finalizado na tarde domingo, quando haverá desfile dos três cortejos – Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Divino Espírito Santo.
 
O secretário municipal de Cultura de Montes Claros, João Rodrigues, afirma que houve um crescimento da parte artística e cultural das festas de agosto, valorizando tradições populares, como os grupos de tambores. As apresentações da noite acontecem na Praça da Matriz, local original das primeiras festas religiosas da cidade, há mais de 170 anos.“Temos que levar em conta que o essencial das Festas de Agostos é a participação dos seus protagonistas, os catopês, marujos e caboclinhos”, enfatizou João Rodrigues.

Os seis grupos de dançantes somam em torno de 360 pessoas – 60 em cada um dos seis grupos. Em janeiro passado, morreu, aos 74 anos, o mestre João Farias, que comandava o segundo Terno de Catopê de Nossa Senhora do Rosário. Mantendo a tradição, mestre João Farias foi substituído pelo neto, Yuri Farias, de 18 anos.  Na sexta-feira, acontece o Reinado de São Benedito

Participação das mulheres


Os grupos de catopês das festas de agosto de Montes Claros eram constituídos somente por homens. Essa “tradição” foi quebrada há cerca de oito anos, com as festividades ganhando mais beleza com a presença feminina. 

Neste ano, cerca de 30 mulheres desfilam nos três grupos de catopês, que são devotos de Nossa Senhora do Rosário. Uma delas é a empresária Raquel Souto Chaves, folclorista e apoiadora das tradições. “A mulher já ocupa espaço nos diversos setores da sociedade. Então, nada mais justo do que marcar presença também nas festas de agosto”, afirma Raquel Chaves. 

Ela disse que foi o mestre Zanza (João Pimenta dos Santos, de 86 anos), presidente da Associação de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, que a convidou para organizar a participação feminina no evento,  rompendo uma tradição secular. Raquel também montou a Organização Não-Governamental (ONG) Amigas dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, que promove eventos beneficentes para arrecadar donativos. Entre os itens estão alimentos, remédios e roupas para os “astros” das festas e seus familiares, tendo em vista que a grande maioria deles é de baixa renda.


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