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Estado de Minas

Parada do Orgulho LGBT de BH atrai cada vez mais turistas à capital

Evento contou com a participação de mais de 25 mil turistas, o que representa um aumento de 4,3% em relação ao ano anterior


postado em 26/07/2018 16:31 / atualizado em 26/07/2018 17:53

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A 21ª edição da Parada do Orgulho LGBT, que aconteceu no último dia 8, alcançou um número recorde de público e trouxe mais turistas à capital mineira, conforme aponta uma pesquisa promovida pelo Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), em parceria com a Belotur. Cerca de 150 mil pessoas estiveram na marcha, cujo tema foi “Mais Democracia e Mais Direitos Humanos: Esse é o Brasil que queremos para as LGBT”. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, estima que 17,2% dos participantes eram turistas, o que contabiliza mais de 25 mil visitantes.

Os números apontam um aumento de 4,3% em relação ao ano anterior. Além disso, dos turistas que participaram do evento no início deste mês, 84,6% vieram a Belo Horizonte somente para participar da marcha. Um dos objetivos da pesquisa é justamente identificar qual o perfil dos participantes, para se ter uma avaliação geral do evento, tanto para a melhoria das próximas edições, quanto para a elaboração de políticas públicas voltadas ao público LGBT.

Porém, o público da Parada ainda é majoritariamente belo-horizontino, representando 58,3% dos participantes, quase 88 mil pessoas. Já outros 36 mil vieram da Região Metropolitana de BH. O trajeto da marcha foi o mesmo de outros anos, com concentração no fim da manhã na Praça da Estação, onde foi montado o palco para shows e atos políticos. Após as apresentações e manifestações no local, a parada seguiu pela Avenida Amazonas em direção à Praça Sete, até chegar à Praça Raul Soares, próximo ao Barro Preto, onde o desfile terminou. 95,6% dos entrevistados declararam que pretendem retornar no próximo ano.

Quando questionados sobre o motivo de participação na parada, 63,3% disseram que foram em apoio à causa LGBT. Com relação às necessidades urgentes, 35,4% apontaram a necessidade de mais reconhecimento e ou visibilidade, seguido de promoção de segurança por 18,8%. Conforme destacou o presidente do Cellos-MG, Azilton Viana, o evento ocorreu em um momento de perda de direitos. “Aumentou a intolerância, os índices de violência e morte estão cada vez mais altos, enfim, os direitos estão sob ameaça e grave risco”, ressaltou em entrevista ao jornal Estado de Minas.

A pesquisa também mostrou que mais da metade dos participantes se identificam como cisgêneros - pessoa que se identifica com o gênero a que foi designado no nascimento - sendo que 53,1% se identificam com o gênero masculino e 46,4% com o feminino. No que diz respeito à orientação sexual, 40,3% afirmaram ser gays, 21,3% bissexuais, 18,3% lésbicas e 13,7% heterossexuais.

A edição deste ano da parada apresentou novidades quanto à estrutura. Dois telões de LED foram montados para chamar a atenção do público ao redor da Praça da Estação. Segundo a avaliação da maioria dos entrevistados, as expectativas foram superadas ou atendidas plenamente disseram 79,2% dos entrevistados.

Fortalecimento da comunidade


Segundo a PBH, as ações e políticas para o público LGBT têm sido fortalecidas de forma gradativa e sistemática desde 2017. "Além da criação da Diretoria de Políticas para a População LGBT, o Centro de Referência da População LGBT foi reaberto e estruturado, o que possibilitou um aumento de 134% no número de atendimentos realizados em comparação ao primeiro quadrimestre de 2017", informou o Município por meio de nota.

Outro importante avanço, de acordo com a PBH, foi a criação de um grupo de trabalho para a implantação do campo nome social nos registros e atendimentos de todos os serviços da administração direta e indireta do município.

A Lei 8.176/01, que prevê penalidades para empresas e agentes públicos que praticarem discriminação contra a população LGBT, também foi aplicada pela primeira vez no Município. Paralelo a isso, em 2017 foram realizadas capacitações para 1.097 agentes públicos, com foco no atendimento humanizado das pessoas LGBT.

NÚMEROS Em 2017, das 445 lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis vítimas da homofobia no Brasil, 43 morreram em Minas Gerais. Foi o segundo estado em número de notificações de assassinatos e suicídios dessa população, segundo dados divulgados no início do ano pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo Thiago Costa, da Subsecretaria de Direitos e Cidadania, o Núcleo de Atendimento e Cidadania LGBT da Polícia Civil registrou crescimento de 134% da procura em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie  


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