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Estado de Minas

Força-tarefa identifica 22 presos que ordenaram ataques a ônibus em Minas

Cabeças da organização foram reunidos e serão remanejados para uma unidade ainda não determinada, onde cumprirão Regime Disciplinar Diferenciado


postado em 06/07/2018 06:00 / atualizado em 06/07/2018 07:57

Ônibus queimado na capital mineira: ordem para ataques que destruíram 28 veículos partiu de dentro dos presídios. Noventa pessoas foram detidas e 16 apreendidas (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Ônibus queimado na capital mineira: ordem para ataques que destruíram 28 veículos partiu de dentro dos presídios. Noventa pessoas foram detidas e 16 apreendidas (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


Os atentados contra ônibus, estabelecimentos comerciais e repartições públicas ocorridos em Minas Gerais desde 3 de junho, que levaram à destruição de 28 veículos de transporte público em 42 municípios até o dia 16 daquele mês, obrigaram a segurança pública mineira a um rearranjo. Algo também necessário devido ao fato de as ordens para essas ações terem partido da organização criminosa paulista que age nos presídios brasileiros, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2006, esse sindicato do crime tornou refém a cidade de São Paulo, com atentados contra policiais, guardas municipais, bombeiros e estabelecimentos públicos, o que obrigou o estado a negociar com presos do sistema carcerário. Entre as medidas mineiras está uma troca sistemática de inteligência entre as forças de segurança pública locais, paulistas e das esferas federais, a transferência e o isolamento de presos que lideram o movimento e o lançamento de mais operações para a prisão de quem participou dos atentados, chegando a 90 detenções e a 16 apreendidos. “A troca das informações de inteligência foi uma ação de Estado que permitiu identificar e desarticular as lideranças atuantes em Minas Gerais. Isso se tornou uma atividade contínua e importante para a prevenção”, disse o superintendente de Investigação e Polícia Judiciária da Polícia Civil, Carlos Capistrano.

Ontem, a força-tarefa composta por integrantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Secretaria de Administração Prisional e polícias Civil e Militar atuou na desarticulação daqueles que determinaram o ateamento de fogo a ônibus e bens públicos. Como 22 criminosos já se encontravam detidos, um deles numa instituição federal, esses cabeças da organização foram reunidos e serão remanejados para uma unidade ainda não determinada, onde cumprirão Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Não ficou ainda claro se vão para a Penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas, que é a única que tem o regime atualmente, ou se outra unidade passará a contar com tal sistema.

“São criminosos de vários níveis da organização e que exercem liderança em MG. Por isso ficarão em celas individuais, sem contato entre si e com restrições de banho de sol e de outras regalias que lhes permitam transmitir ordens para suas quadrilhas”, disse a procuradora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Cássia Virgínia Gontijo. Dentro das celas que esses internos ocupavam foram encontrados 29 telefones celulares, drogas e anotações referentes a ações criminosas.

A operação de ontem foi denominada 1533, que é a representação numérica das letras do alfabeto que formam a sigla da organização criminosa. Foi muito abrangente, com 27 mandados de busca e apreensão cumpridos no Sul de Minas, Triângulo e Alto Paranaíba. Três suspeitos foram presos em Uberaba, Patrocínio e Bom Repouso, e outros três se encontram foragidos.

NORMALIDADE Segundo o comandante-geral da PM, o Coronel Helbert Figueiró de Lourdes, a situação atual é de volta à normalidade. “Estancamos a onda de ataques, retornando a um índice normal de ações contra ônibus, de uma a três por semana. Mas estamos preparados para agir caso uma nova onda venha a ser desencadeada”, afirma o policial. Ainda de acordo com o comandante da PM, apurou-se que os principais motivos para os ataques em série foram a rigidez do sistema carcerário, a vingança por mortes de criminosos da facção, retaliação por prisões e apreensões e oportunistas não ligados ao crime organizado se aproveitando da situação.

A próxima fase de atuação da força-tarefa vai buscar identificar e deter as pessoas que praticaram os atentados. Líderes e subalternos terão seus crimes identificados e responderão por integrar organização criminosa com emprego de arma de fogo, associação para o tráfico, dano qualificado, incêndio em edifício público e veículo de transporte coletivo.

Invasão do crime paulista


Veja o estrago feito pelos bandidos e a reação das forças de segurança de MG

28 
ônibus destruídos entre 3 e 16 de junho

42 
municípios registraram ataques

90 
pessoas presas e 16 adolescentes apreendidos

28 
líderes do PCC identificados e denunciados pelo Ministério Público

22 
desses líderes estavam encarcerados, um em instituição federal


cabeças foram detidos


pessoas estão foragidas

 

Principais atitudes para o enfrentamento aos ataques

» Informações da inteligência do Ministério Público e das polícias Militar e Civil foram compartilhadas após determinação do Executivo. Essa política permanece
» Órgãos da União colaboraram com informações, entre eles a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
» Policiais mineiros foram a São Paulo, berço da facção criminosa, para intercâmbio com colegas do estado vizinho
» Identificação sistemática das lideranças
» Remanejamento de todas as lideranças da facção criminosa para presídio não revelado, onde cumprirão suas penas em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), presos em celas individuais e grande rigidez nas comunicações com o mundo exterior – por exemplo, familiares e advogados
» Operações, agora, identificarão os criminosos que foram acionados para os ataques
» A rede de informações criada pretende ser capaz de antever novos ataques e movimentações da organização em Minas Gerais

 

Razões identificadas para os crimes

» Rigidez do sistema carcerário mineiro
» Vingança por mortes de criminosos da facção
» Retaliação por prisões e apreensões
» Oportunistas não ligados ao crime organizado se aproveitando da situação

Fonte:
PMMG, Polícia Civil e MPMG


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