
Começou, às 7h desta terça-feira, a paralisação dos médicos o Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A greve é por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), a categoria cobra mudanças no plano de carreira, melhoria da estrutura das unidades de saúde do estado, pagamentos em dia, entre outras reivindicações.
“O Hospital João XXIII atenderá as urgências e emergências, após triagem que será realizada pelos próprios médicos obedecendo um protocolo clínico. Os pacientes que não se enquadrarem nos critérios de urgência e emergência serão encaminhados para outras unidades da rede pública”, ressalta a entidade.
“Nós estamos fazendo um processo de triagem, ficando de seis a oito médicos na porta do hospital em sala reservada para preservar o paciente. Ele é analisado por esses médicos de várias especialidades e a definimos se é critério de urgência e emergência”, explica o cirurgião geral e do trauma do João XXIII, Rômulo Andrade Souki. Ele citou como exemplo um paciente que chegou ao hospital nesta manhã com quadro de acidente vascular cerebral (AVC), não podia ser transferido e recebeu atendimento.
O médico citou problemas de infraestrutura do hospital. “Banheiro que não funciona, não tem para o médico. Ele atende funcionários, pacientes, acompanhantes. Sobre a estrutura física, algumas para prestar o atendimento também estão ficando deficitárias. A gente tem que ter duas tomografias, uma está operante e intermitentemente tem falhas e trava”, detalhou Souki, citando que leitos de CTI do hospital foram interditados por falta de médicos para trabalhar no local. “O que a gente quer é prestar um atendimento adequado à população, dentro de uma condição digna de trabalho para a gente, e com o parcelamento em dia. Não queremos nada absurdo, queremos trabalhar bem, ter condições e receber por isso”, pontuou o cirurgião.

Também está garantido o atendimento às grávidas de alto risco, às mulheres no pré-natal, 70% dos atendimentos para os pacientes já internados ou em tratamento ambulatorial e 30% para os demais serviços prestados pela rede pública da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).
FHEMIG A Fhemig divulgou uma carta de 8 de junho em que a presidência da fundação responde às reivindicações repassadas pelos médicos por meio do sindicato. No texto, de seis páginas, a Fhemig nega que os tomógrafos estejam parados. “O João conta com dois tomógrafos, um em pleno funcionamento e outro em fase de teste”. Sobre o pedido de pagamento em dia dos fornecedores para evitar falta de medicamentos, materiais, equipamentos e outros insumos, a fundação explica que “Não se trata de uma questão pontual do HJXXIII, esta é uma questão que atinge, atualmente, toda a administração pública em nosso estado, cujo monitoramento tem sido feito diariamente pela presidência da Fhemig.
Entre os questionamentos, está a questão os leitos fechados por falta de profissionais e estrutura adequada. A Fhemig considera “Impossível atender por ora, considerando que para a reabertura dos leitos são necessárias 62 novas vagas, que representam relevante impacto financeiro, sendo 16 intensivistas, 06 enfermeiros e 40 técnicos em enfermagem. Ressalte-se que a impossibilidade de criação de novas vagas deve-se às restrições impostas pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Sobre o pagamento dos salários sem parcelamento, a Fhemig diz que a ação foge de sua governabilidade e depende de “ações da cúpula do poder Executivos estadual”.
