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Estado de Minas

Prédio da rodoviária de BH é modernizado e esteiras serão reativadas

Enquanto BH continua sem perspectiva de ter nova rodoviária, velho terminal do Centro passa por reforma para superar antigas deficiências


postado em 05/04/2018 06:50 / atualizado em 05/04/2018 11:51

Guindaste transporta estruturas para a revitalização do telhado, como forma de acabar com problemas crônicos de infiltração (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Guindaste transporta estruturas para a revitalização do telhado, como forma de acabar com problemas crônicos de infiltração (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Se o sonho de belo-horizontinos e visitantes de contar com uma nova e moderna rodoviária para a capital continua com futuro incerto, o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), que no dia a dia dos passageiros é conhecido como “rodoviária de Belo Horizonte”, assiste a novos tempos e vai deixando de lado, aos poucos, o aspecto de desleixo, desconforto e de lugar parado no tempo. No prédio inaugurado em 1971 e por onde transitam 40 mil pessoas/dia está prevista para este mês a volta das duas esteiras rolantes, que não funcionam há mais de 30 anos e pareciam corpos estranhos no acesso a caixas eletrônicos, correio, guarda-volumes e outros serviços. A dinâmica se completa com um guidaste, visível por quem passa nos viadutos do Complexo da Lagoinha, e usado atualmente para a reforma do telhado, para evitar transtornos no período chuvoso.

Embora o clima de tumulto predomine no entorno da rodoviária, localizada na Praça Rio Branco, no Centro da capital, é bom o passageiro se acostumar. É que, se depender apenas do prefeito Alexandre Kalil (PHS), o projeto do novo terminal, no Bairro São Gabriel, na Região Norte da capital, não sairá do papel, pelo menos enquanto não ocorrer a reforma no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Como mostrou o Estado de Minas, Kalil foi taxativo ao afirmar que o projeto – fruto de contrato assinado pela administração anterior, de Marcio Lacerda (PSB), que previa a inauguração da obra em agosto do ano passado – é uma “aberração absoluta”.

Enquanto isso, na velha rodoviária, passageiros em trânsito ou saindo de BH notam as diferenças no interior do prédio, que agora dispõe de praça de alimentação, cadeiras confortáveis, do tipo mais comum em aeroportos – em substituição àquelas vermelhas, que estavam manchadas, quebradas ou prontas para desabar – e lanchonetes bem-equipadas, de redes de fast food. O técnico em enfermagem Rodolfo Antônio Aranha Ferreira, morador de São Luís (MA), veio de avião para BH e aguardava com paciência o horário de pegar o ônibus, no fim da tarde, para o interior mineiro.

“Estou sempre fazendo esta viagem, e vejo que a rodoviária de Belo Horizonte melhorou 100%, não tem nem comparação com o que era antes”, disse o maranhense. O mecânico Eustáquio de Assis também comemorou o conforto e gostou das mudanças no ambiente. “Dá vontade até de deitar na cadeira”, contou o passageiro de jeito expansivo. Carioca e fazendeiro em seu estado e em Minas, Ronaldo Ribeiro gostou do visual e sentiu o conforto.

MELHORIAS De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), atual gestora da rodoviária, as melhorias ocorrem desde que o órgão estadual assumiu a administração, em 1º de março de 2016, mediante convênio com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DEER/MG). Em nota, a direção informa que “a Codemig passou a ser responsável pela gestão e administração do terminal, incluindo suas instalações e atividades, visando a estimular o turismo do Estado de Minas Gerais”.

Os investimentos somam mais de R$ 5 milhões, com intervenções para reparar danos devido à “inexistência de manutenções ao longo de vários anos”. Nesse período, foram feitas obras e reparos como a revitalização dos pisos do hall de entrada e do mezanino; a recuperação do pavimento (bloquetes no embarque e desembarque); a pintura das áreas internas e externas; a substituição dos bebedouros danificados, totalizando 11 unidades; e a aquisição e instalação de conjuntos de cadeiras semelhantes às usadas em aeroportos, em substituição a todas as existentes no terminal, totalizando aproximadamente 700 assentos, sendo 14 especiais e alguns com mesa de apoio.

Os serviços incluíram ainda conserto e manutenção permanente de quatro elevadores; substituição dos vidros das janelas; melhorias nos estacionamentos superior e inferior, com implantação de cancelas automáticas e revitalização da sinalização; investimentos no sistema de segurança e monitoramento eletrônico (instalação de 202 câmeras) e reforma completa, com modernização dos banheiros públicos.
Para garantir o conforto perdido ao longo de anos, dizem os técnicos, foram contratadas, por meio de processo licitatório, empresas para a realização de serviços específicos, como a concessão de uso dos banheiros, com exploração comercial e atribuição de encargos de gestão, conservação e higienização dessas instalações, além do uso das lojas do terminal, incluindo reformas, e do estacionamento de veículos, também com reformas. Foram ainda instalados 10 novos relógios, localizados no hall, no embarque e no desembarque, sem contar o uso do espaço publicitário da rodoviária, contemplando revitalização da sinalização.

HISTÓRIA Conforme pesquisa divulgada pela Codemig, no início da década de 1940, Belo Horizonte inaugurava sua primeira estação de passageiros. Localizado atrás da antiga Feira Permanente de Amostras, o espaço foi pioneiro na centralização do transporte rodoviário no Brasil. Em meados dos anos 1960, entretanto, a grande demanda por embarques e desembarques, impulsionada pelo crescimento da capital, evidenciou a necessidade de construção de um terminal com maior estrutura e capacidade de atendimento.

Em 1965, o governo de Minas, na época comandado por Israel Pinheiro, deu ao então Departamento de Estradas e Rodagem (DER) a incumbência de executar a demolição da Feira de Amostras, local que deu espaço ao atual Tergip. As obras foram concluídas em dois anos, inaugurando-se, em 1971, os 45 mil metros quadrados do complexo arquitetônico, formado por oito plataformas de embarque com capacidade para operar, simultaneamente, até 48 partidas; e sete de desembarque, comportando 14 chegadas simultâneas.

O prédio, arquitetado por modernistas como Walter Machado, Fernando Graça, Francisco José Espírito Santo e Luciano Passini, e construído por equipe de engenheiros do então DER, recebeu o prêmio da 1ª Bienal de Arquitetura no ano de sua inauguração. Em 1994, a fachada e o volume do edifício foram tombados pela Secretaria Municipal de Cultura.

Licitação para a Pampulha avança


Foram abertas ontem as propostas de duas empresas interessadas na restauração da Igreja São Francisco de Assis, conhecida como Igrejinha da Pampulha, joia da arquitetura moderna brasileira e um dos símbolos de Belo Horizonte. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, ainda não há data para divulgação da empresa vencedora do processo licitatório, já que a comissão encarregada vai analisar alguns aspectos antes da classificação final, para, então, publicar o nome da vencedora no Diário Oficial do Município (DOM). O templo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) integra o conjunto reconhecido como Patrimônio e Paisagem Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


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