O promotor do Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, Francisco de Assis Santiago, adiantou que vai recorrer da decisão que inocentou o cunhado da modelo e apresentadora de TV Ana Hickmann, Gustavo Henrique Bello Corrêa, do crime de homicídio doloso – quando há intenção de matar – contra o fã da artista, Rodrigo Augusto de Pádua, em maio de 2016. Na época, Rodrigo invadiu um hotel no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde Ana Hickmann estava hospedada, e tentou matá-la. A juíza Âmalin Aziz Sant’Ana, titular do juízo sumariante do 2º Tribunal do Júri da capital, considerou que o réu agiu em legítima defesa.
A decisão foi divulgada ontem pelo Fórum Lafayette. A sentença, porém, só deve ser publicada amanhã no Diário do Judiciário eletrônico (DJe). O promotor aguarda a publicação para conhecer o teor da decisão, mas já adiantou que não concorda. “Vou recorrer. Não concordo com a decisão. Vou tomar conhecimento e depois entrar com recurso”, se limitou a dizer.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou denúncia por homicídio doloso contra Gustavo Corrêa em 7 de julho de 2016. Ele foi enquadrado no artigo 121 do Código Penal, que prevê reclusão de 12 a 30 anos por homicídio qualificado. A denúncia foi em sentido oposto ao que a Polícia Civil do estado apontou na investigação. O delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso, pediu o arquivamento do inquérito, alegando que Gustavo teria agido em legítima defesa. Pádua foi morto com três tiros na nuca, depois de lutar com o cunhado da apresentadora.
Na denúncia, o promotor Francisco Santiago, apontou que Correa, ao iniciar embate corporal com Pádua, agiu em legítima defesa, mas excedeu essa condição e praticou homicídio doloso. A principal prova disso, para a Promotoria, são os três tiros dados na nuca do suposto fã da apresentadora. O agressor chegou ao quarto depois de render Corrêa e o obrigar a levá-lo até o quarto de Ana Hickmann, que estava com uma assistente. Os três foram mantidos sob a mira de um revólver.