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Estado de Minas

Matriz de São Gonçalo, no município de Belo Vale, começa a ser restaurada

Construído em 1758, templo barroco apresenta vários focos de deterioração. Reforma será custeada com recursos da prefeitura e da doações de fiéis


postado em 03/03/2018 06:00 / atualizado em 03/03/2018 08:00

Fachada da Matriz de São Gonçalo já com os tapumes para a primeira fase da restauração, que demandará investimentos de R$ 1,8 milhão: há trincas na parede frontal(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Fachada da Matriz de São Gonçalo já com os tapumes para a primeira fase da restauração, que demandará investimentos de R$ 1,8 milhão: há trincas na parede frontal (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Belo Vale – Os tapumes na fachada são indício de boa notícia para os moradores de Belo Vale, na Região Central, a 82 quilômetros de Belo Horizonte. Depois de muitos anos fechada, a Matriz de São Gonçalo, joia barroca de 1758, começa a ser restaurada como resultado de uma campanha para obter os recursos. À frente da empreitada, denominada SOS Matriz, o pároco Wellington Eládio Nazaré Faria explica que será necessário investimento de R$ 1,8 milhão para realizar a primeira etapa da obra, estando assegurada uma parte da prefeitura, já que o templo é tombado pelo município. “Mas não temos o dinheiro todo, não. Precisamos da ajuda da população, pois esta igreja é o coração da cidade, um polo irradiador da fé católica”, diz o padre.

Situada ao lado do Museu do Escravo, na Praça Cláudio Pinheiro, uma das referências de Belo Vale, a Matriz está com o aspecto de um monumento que precisa urgentemente de intervenção. Padre Wellington conta que a etapa inicial, de um total de três, vai contemplar as obras de engenharia, incluindo fundações, cobertura, enfim, a parte estrutural, elétrica e hidráulica, para depois ser feita a pintura. “A empresa contratada já está com a ordem de serviço expedida pela prefeitura”, afirma. Somente depois de concluído todo o serviço externo é que os elementos artísticos serão alvo de nova campanha para conseguir o dinheiro.

A situação da igreja, que apresenta infiltrações, telhado degradado, madeiras podres e outros focos de deterioração, preocupa o pároco. “O nome primitivo de Belo Vale, São Gonçalo da Ponte, está ligado ao padroeiro, São Gonçalo do Amarante. Hoje, infelizmente, os católicos não têm muito do que se orgulhar, tendo em vista o estado desse patrimônio. A igreja foi esquecida durante muito tempo, embora seja da primeira fase do barroco mineiro.” O religioso lembra, no entanto, que o dinheiro para o serviço completo não está de todo assegurado. Há o dinheiro da comunidade, fruto de carnês, barraquinhas e outras atividades da paróquia, e mais uma terça parte dos cofres municipais.

Quem passa na rua, fica satisfeito ao ver que a Matriz de São Gonçalo finalmente terá um novo tempo na sua história. “Estamos alegres com a obra. O importante é que todas as pessoas colaborem com a campanha de arrecadação dos recursos”, diz o servidor público José Reis. A exemplo desse morador, outros católicos esperam que a igreja volte a celebrar casamentos, batizados e outras cerimônias religiosas, que são realizadas num salão também localizado na praça.

EMERGÊNCIA A secretária municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Eliane dos Santos, informa que a primeira fase, considerada emergencial, terá os recursos da prefeitura. “Há alguns anos, estivemos no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), quando o promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda era o coordenador das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), e fizemos um acordo para a restauração. Assim, a prefeitura daria uma contrapartida”, diz a secretária.

Eliane explicou ontem que a primeira etapa tem um tempo estimado de 270 dias. “A segunda incluirá prospecção nas paredes para verificar se há pinturas sob camadas de tinta. Depois de tudo isso concluído, será feito o restauro dos elementos artísticos, mas ainda não há previsão de data”. Para evitar maiores estragos, a igreja foi toda aberta e limpa recentemente, disse Eliane, sendo ainda destinado um vigia para fazer a segurança. Na primeira parte da restauração, a prefeitura vai investir R$ 558,4 mil.

HISTÓRIA De acordo com estudos, a Matriz de São Gonçalo foi construída em pedra e com três altares, sendo dois laterais. O altar-mor, no mais clássico estilo barroco, tem esculturas de anjos feitas por escravos, não se sabendo ao certo os responsáveis pela construção deste templo. Outras pesquisas mostram que os portugueses Gonçalo Álvares e Paiva Lopes foram os responsáveis pela edificação, que fica bem próxima do Rio Paraopeba. “Esta igreja mexe com a vida das pessoas”, reforça o padre Wellington.


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