No último dia 19, foi apresentada como solução da crise financeira do hospital a intervenção administrativa e financeira da instituição, ainda em março deste ano, pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH). Na ocasião, o secretário Jackson Machado explicou que o objetivo não é a municipalização da maternidade, mas a captação de receita e corte de custos para equilíbrio de seu orçamento, que amargaria déficit de R$ 1,5 milhão ao mês. Em consequência dos problemas de caixa, funcionários estão em greve pelo não recebimento do 13º salário e o pagamento de janeiro.
De acordo com a nota do Sofia Feldman, a reunião para analisar a proposta da PBH aconteceu às 14h desta terça-feira, com representantes do conselho curador e fiscal da FAIS, Conselho Municipal de Saúde (CMS) e do conselho e direção do hospital. “Nenhum representante da Secretaria Municipal de Saúde compareceu à reunião, sendo de suma importância para os esclarecimentos acerca da proposta feita pela PBH”, destacou o comunicado.
Ficou então acertado no encontro desta terça-feira que o Sofia Feldman aguardará uma manifestação formal da PBH. Segundo o presidente do conselho curador da FAIS, João Batista Lima, ainda restam muitas dúvidas em relação à forma de atuação do novo gerente na instituição. “Esperamos que encaminhem um documento para o CMS e para o Ministério Público, explicando se terá demissão, aumento de verba, redução de atendimentos”, explicou.
Na segunda-feira, o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou plenária para discutir a atual situação financeira do hospital, que vem se agravando em crise financeira desde 2017. A instituição tem uma receita média mensal de R$ 5 milhões e o custo de R$6 milhões e 500 mil por mês. Ao R$1,5 milhão negativo ao mês, se soma R$250 mil da parcela mensal do adiantamento de receitas concedido pela PBH, mais R$565 mil mensais de empréstimos bancários, ambos descontados da fonte pagadora, elevando o déficit total para R$2,3 milhões/mês.
Liberação de recursos para quitar salários
A boa notícia durante a plenária, foi o comprometimento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) liberar ainda nesta semana cerca de R$ 1,3 milhão para a quitação dos salários atrasados dos funcionários da maternidade. Na reunião, a diretora de Redes Assistenciais da SES-MG, Cláudia Pequeno, afirmou que o modelo assistencial adotado pelo Sofia Feldman é centrado na mulher e no parto humanizado. E que o hospital é referência para o estado. Atualmente, a instituição atende 400 mil pessoas ao ano, em 185 leitos, sendo 87 obstétricos, além de unidades de tratamento intensivo, cuidados intermediários neonatais, com atendimento de UTI Neonatal e mais 12 clínicas, 100% SUS.
