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Estado de Minas

Tenente-coronel da PM e político são investigados por esquema de exploração sexual

Esquema foi identificado durante apuração do assassinato de duas jovens que se recusaram a fazer sexo com dois homens. O tenente-coronel e o político seriam frequentadores de orgias em um sítio de Betim e não teriam participação no crime


21/11/2017 16:07 - atualizado 21/11/2017 17:25

Os envolvidos no esquema de prostituição revelado na investigação do assassinato de duas garotas, de 16 e 18 anos, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já estão soltos. De acordo com o delegado Rodrigo Rodrigues, responsável pelo caso, as três pessoas detidas, entre elas o agenciador das jovens, ganharam liberdade nesta terça-feira em uma decisão da Justiça. Um dos executores das vítimas foi preso e encaminhado para uma unidade do sistema prisional. A polícia ainda busca outros três homens envolvidos no homicídio.

A investigação do crime levou a polícia a um grande esquema de prostituição. Um sítio na Região de Vianópolis, em Betim, era usado diariamente por clientes que participavam de orgias. Entre os investigados está um tenente-coronel da Polícia Militar e um político que já foi candidato ao governo do estado.

De acordo com o delegado Rodrigo Rodrigues, garotas eram recrutadas por um casal e levadas para a propriedade. Em troca, ganhavam drogas e bebidas alcoólicas. Por programa, as meninas cobravam entre R$ 150 e R$ 300. “As adolescentes eram recrutadas na região conhecida como Marião, em Contagem, por um casal. Eram oferecidas drogas e bebidas. Elas iam para a festa tanto para curtir quanto para realizar programas sexuais. O relato delas é que ficavam nuas na piscina e os homens na beira para 'escolher' as adolescentes. Depois de selecionadas, eram levadas para quartos e outros ambientes”, afirma o delegado.

Relatos das adolescentes à polícia mostram que o grupo tinha uma grande lista de clientes. “Os aliciadores têm uma carteira de clientes por dia da semana. São grupos permanentes e estáveis. As adolescentes têm a liberdade de participar nos dias que quiserem”, explicou Rodrigues. Entre as pessoas identificadas estão o tenente-coronel e um político de Contagem. "O tentente-coronel é apontado como frequentador assíduo das festas. Ele está colaborando com as investigações. O outro é apontado pelas adolescentes como um dos organizadores. A conduta tem que ser melhor analisada e apurada. Ele está colaborando com as investigações também”, completou. Ainda não se sabe se o políticos estava no sítio no dia da morte das adolescentes. O militar, segundo a Polícia Civil, não estava.

Na madrugada de domingo, a polícia conseguiu prender três pessoas que estariam envolvidas com a rede de prostituição. Entre elas, estava um dos agenciadores, que recrutava as meninas junto com a companheira, e o caseiro da propriedade, que se passava por dono do local. Nesta terça-feira, eles deixaram a prisão. “Todos foram reconhecidos e confessaram participação na orgia. Infelizmente foram soltos nesta manhã e não se encontram mais reclusos. Isso vai trazer prejuízos na nossa investigação”, lamentou o delegado.

Assassinatos

A polícia prendeu um dos criminosos envolvidos na morte de duas adolescentes e na tentativa de assassinato de uma terceira na última sexta-feira. Lúcio Rodrigues Pereira Neto foi localizado em Esmeraldas, na Grande BH, na noite de segunda-feira. Outros três envolvidos no homicídio já foram identificados e são procurados pela Polícia Civil.

De acordo com o delegado Rodrigo Rodrigues, o crime foi cometido depois que as garotas zombaram de dois homens, apontados como traficantes de um bairro de Contagem. Eles não seriam frequentadores constantes da orgia e foram convidados pelo político da cidade para participar do evento. “Chegam no final da festa, as meninas estão se trocando e tomando banho. Elas se negam ao sexo. Diante disso, começa um conflito. Um deles começa a jogar bebidas no rosto de uma das meninas e as amigas partem em defesa. Neste momento, começa uma discussão verbal. As adolescentes os questionam, se realmente eram bandidos. Falam, inclusive, que eles estavam sem armas”, conta.

Depois da discussão, os dois homens ligam para dois comparsas que aparecem na propriedade com armas. “Neste momento, são puxadas pelo cabelo, são espancadas. Duas conseguem escapar, mas três são levadas ao carro. Lá, são torturadas. A primeira é baleada em uma via. Depois, eles prosseguem com as duas e vão espalhando os corpos até Esmeralda”, diz Rodrigues.

As meninas foram feitas reféns por cerca de duas horas pelos criminosos, que rodaram por vários locais de Betim, até que na MG-060, no Bairro Granja Santo Afonso, Região de Vianópolis, a primeira vítima baleada foi uma adolescente de 15 anos. Ela se fingiu de morta para escapar dos criminosos e pediu ajuda a moradores vizinhos.


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