
Interditado há um ano e quatro meses, o imponente templo barroco recebeu reparos na cobertura, nesse caso, fruto de apoio financeiro recolhido de casa em casa por voluntários, mas sofre com as trincas, motivo de grande temor para as famílias, comerciantes e admiradores do patrimônio barroco. “Fico muito feliz com a ótima notícia, pois estamos mobilizados há muito tempo em prol da restauração da igreja. O dinheiro ainda não é suficiente para todo o serviço, mas ajuda muito”, festeja o designer gráfico e dono de restaurante no distrito Alexandre Andrade. Ele demonstrou preocupação com a temporada de chuvas: “O telhado foi reformado, porém, há rachaduras nas paredes”.

A audiência pública no distrito terá a participação dos deputados integrantes da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa (ALMG) – João Bosco (presidente), Elismar Prado, Carlos Pimenta, Glaycon Franco e Rosângela Reis. Conforme a assessoria do Legislativo, foram também convidados representantes da Secretaria de Estado de Cultura, da Prefeitura de Ouro Preto, do Ministério Público de Minas Gerais, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), da Arquidiocese de Mariana e de outros órgãos, A superintendência do Iphan será representada pela chefe de gabinete, Rosângela Guimarães.

Macieira afirmou que a Matriz de Santo Antônio, em Glaura, e a Capela do Bom Jesus de Matosinhos/São Miguel e Almas, no Centro Histórico de Ouro Preto, são prioridades da superintendência do Iphan em Minas. “Fazemos o acompanhamento com muita proximidade. Os projetos estão em fase de conclusão e o estrutural já foi até aprovado pelo Iphan”, disse o arquiteto.

HISTÓRIA De acordo o Iphan, a Matriz de Santo Antônio é uma construção em pedra, com duas torres quadrangulares (na da esquerda está o sino; na da direita, o relógio) e janelas sineiras. Acima da porta principal há uma imagem de Santo Antônio protegida por nicho fechado com vidro. Os estudos mostram que os altares laterais são em talha barroca. Casamentos, batizados e missas eram celebrados no templo, que, em 2003, conforme laudo do Iphan, necessitava “de pintura nas fachadas e de restauração dos elementos artísticos”.
Mineiros premiados
Três projetos mineiros, dois executados em Belo Horizonte, vão receber o 30º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que reconhece, em caráter nacional, ações de preservação do patrimônio cultural. São eles Retratistas do morro – Preservação da memória visual do Aglomerado da Serra, Patrimônio em processo: restauração do Espaço Comum Luiz Estrela, e Quilombolas do Vale do Jequitinhonha – Música e memória. A festa de entrega, desta vez homenageando os 80 anos do Iphan, será hoje, às 19h, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ). O nome do prêmio destaca o primeiro presidente do Iphan, o advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969). Natural de Belo Horizonte, ele presidiu a instituição durante 30 anos desde sua fundação, em 1937.
