Morreu na noite desse domingo a quinta vítima da explosão em uma usina da Gerdau em Ouro Branco. O acidente ocorreu em 15 de agosto deste ano. Elicleia Aquino da Silva tinha 34 anos e estava em coma no Hospital Evangélico, em Belo Horizonte, desde o dia do acidente. Foram 56 dias internada.
O intuito é chamar a atenção e pedir para que uma comissão seja criada em conjunto com a equipe da Geradau, trabalhadores e do sindicato. "Nós temos autonomia para criticar determinados pontos que achamos falhos. Nós temos conhecimento para isso", disse.
“Em menos de um ano, temos 10 mortes. Trata-se de um triste recorde mundial em acidentes de trabalho”, ressalta Carvalho. “Estamos denunciando frequentemente a falta de manutenção preventiva na usina. No dia do acidente, entregamos boletim pela manhã aos operários alertando para que tivessem cuidado na área e durante as manutenções, mas não foi o suficiente para evitar a tragédia”, acrescentou o sindicalista.
A Gerdau esclarece que "os equipamentos da Usina Ouro Branco estão em condições adequadas obedecendo aos padrões de segurança estabelecidos na legislação vigente." Por meio de nota, a empresa afirma que a usina possui um estruturado programa de manutenção que contempla atualização contínua das equipes, das práticas e dos procedimentos de manutenção. "Todos os colaboradores e prestadores de serviço usam os equipamentos de proteção individual necessários, todas as rotas seguras são sinalizadas na usina e, diariamente, os procedimentos de segurança são reforçados em todas as áreas e para todas as equipes", conluiu.
QUINTA VÍTIMA Elicleia Aquino da Silva era soldadora da Convaço, empresa que prestava serviços à Gerdau. O acidente aconteceu quando um grupo trabalhava na manutenção da parte inferior da coqueria 2 da usina – um forno em que se produz o coque, derivado de carvão mineral essencial na fabricação do aço. Duas pessoas, um funcionário da empresa e de um integrante de uma empreiteira, morreram na hora. As vítimas foram identificadas como Fernando Alves Peixoto, de 40 anos, e Cristiano Rodrigo Marcelino, de 35.
Em 3 de agosto, o prestador de serviços da empresa Oil Trade, Sandro Barbosa Gomes, de 38 anos, morreu e, em 10 de setembro, Levindo Costa Carvalho, de 60 anos, também teve a morte constatada. Outras 10 pessoas foram encaminhadas para hospitais de Ouro Branco e de Belo Horizonte. Em 2016, ocorrências na usina em novembro e em dezembro provocaram cinco mortes.
A Polícia Civil confirmou que investiga os casos. Porém, as apurações seguem em segredo de Justiça.