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Estado de Minas

Crianças vítimas de tragédia transferidas para o Odilon Behrens estão em estado grave

Ao todo, são três crianças que estão na unidade de saúde. Elas não sofreram queimaduras na pele, mas ferimentos nas vias respiratórias. As vítimas procuraram socorro horas depois da tragédia, depois que os pais foram orientados


postado em 06/10/2017 15:34 / atualizado em 06/10/2017 16:12

Três crianças foram transferidas do Hospital João XXIII para o Odilon Behrens na manhã desta quinta-feira(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)
Três crianças foram transferidas do Hospital João XXIII para o Odilon Behrens na manhã desta quinta-feira (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)

O atendimento das vítimas do ataque a creche Gente Inocente em Janaúba, na Região Norte de Minas Gerais, também está sendo realizado no Hospital Metropolitano Odilon Behrens, em Belo Horizonte. Três crianças, que estavam no Hospital João XXIII, foram transferidas na manhã desta sexta-feira para a unidade de saúde. Todas elas continuam em estado grave e no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Elas sofreram ferimentos nas vias respiratórias, e retornaram para um hospital de Janaúba horas depois da tragédia.

Estão no hospital os garotos A.S, de 2 anos, D.J, de 4, e a menina S.E, de 5. Segundo o pediatra Marcos Evangelista de Abreu, gerente de pediatria do Hospital Metropolitano Odilon Behrens, as vítimas estavam na creche no momento do ataque do vigia Damião Soares da Silva, de 50 anos, que provocou nove mortes, sendo sete crianças, uma professora, e o próprio segurança, e ferimentos em 41 pessoas.

“Importante registrar que houve uma orientação muito importante aos pais que mesmo essas crianças, que em um primeiro momento estavam bem, eles foram orientados de que se as crianças tivessem alguma alteração respiratória, mesmo que discreto, que elas retornassem a unidade de saúde. Foi o que aconteceu. Elas não queimaram a pele, mas começaram a apresentar sintomas de dificuldade respiratória. Tosse, cansaço”, explicou Marcos Evangelista.

As lesões, segundo o pediatra, foram provocadas pelo vapor quente da fumaça. Depois de serem levadas para o hospital de Janaúba, receberam o atendimento e tiveram as vias aéreas protegidas. Depois, foram encaminhadas para o Hospital João XXIII. Hoje, foram levadas para o Odilon Behrens. “O tratamento neste momento é o suporte respiratório. Então, estão respirando por meio de aparelhos, sedadas e aguardando que tenham uma melhora do cansaço e do edema do sistema respiratório”, comentou Evangelista. “O estado de saúde merece cuidado e ainda é grave. Por isso, estão no Centro de Tratamento Intensivo e recebendo cuidado apropriado. A gente espera que em questão de dias tenham alta e estejam em ótima condição”, disse.

O hospital se mobilizou para receber as vítimas da tragédia e ajudar o João XXIII, para que haja espaço para receber outras pessoas do Norte de Minas. “Desde cedo, ao tomar notícias do acontecimento, nos mobilizamos, como deve ser feito no atendimento de múltiplas vítimas, e conseguimos disponibilizar seis leitos de terapia intensiva pediátrica. O importante é otimizar recursos e permitir que o hospital João XXIII mantenha capacidade de atendimento a essas vítimas”, explicou Danilo Borges Matias, superintendente do Complexo Hospitalar do Hospital Odilon Behrens.

Segundo ele, outras ocorrências que são normalmente atendidas pelo Hospital João XXIII também foram transferidas para o Odilon Behrens. “Gostaria de destacar a interlocução que foi feita entre a Secretaria de Estado de Saúde e a Fhemig no sentido de atendermos também às crianças vítimas de trauma na cidade e no entorno, exatamente para o João XXIII permanecer em condições de atender essas vítimas da tragédia”, concluiu.


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