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Estado de Minas

Polícia interdita creche onde crianças morreram queimadas por vigia em Janaúba

As áreas da escola receberam fitas de isolamento da polícia. Materiais das crianças que ficaram para trás foram recolhidos por funcionários


postado em 06/10/2017 12:27 / atualizado em 06/10/2017 13:14

(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
A Polícia Civil interditou o imóvel onde funcionava a creche Cemei Gente Inocente, em Janaúba, Norte de Minas, onde um vigia de 50 anos ateou fogo ao próprio corpo e queimou crianças e professoras. Sete pessoas morreram – entre elas o assassino - e outras 43 ficaram feridas.

As áreas da escola receberam fitas de isolamento da polícia. Materiais das crianças que ficaram para trás, como mochilas, foram recolhidos por funcionários e identificados.


Por volta das 9h30 de quinta-feira, om uma mochila cor-de-rosa nas costas, na qual carregava um pote usado para venda de sorvete cheio de gasolina, o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entregou um atestado médico à diretora da escolinha antes de se virar repentinamente, espalhar combustível pelo cômodo e atear fogo.

A sala que era usada pelos alunos para recreação, com teto em PVC, material escolar inflamável e janelas fechadas por grades, se cobriu rapidamente de labaredas. Damião, que trabalhava para prefeitura desde 2008 e desde 2014 lidava com problemas psiquiátricos, havia se molhado com o combustível e, em chamas, chegou a abraçar algumas das crianças, segundo relato de testemunhas.

(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
O resultado foram as mortes dele próprio e dos alunos Ana Clara Ferreira da Silva, Luiz David Carlos Rodrigues, Juan Pablo Cruz dos Santos, Ruan Miguel Soares Silva e Renan Nicolas, todos de 4 anos, e da professora Helley de Abreu Silva Batista, que chegou a salvar a vida de vários alunos e teve 100% do corpo queimado.

Nesta manhã, ocorreram os primeiros sepultamentos das vítimas. Os corpos da menina Ana Clara Ferreira da Silva e Ruan Miguel Soares Silva, ambos de quatro anos, foram enterrados no Cemitério São Lucas.

Ver galeria . 10 Fotos Primeira a ser sepultada foi a garota Ana Clara Ferreira da Silva, seguida de Ruan Miguel Soares SilvaLuiz Ribeiro/EM/D.A PRESS
Primeira a ser sepultada foi a garota Ana Clara Ferreira da Silva, seguida de Ruan Miguel Soares Silva (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A PRESS )
O corpo de Ana Clara foi velado na casa simples da família no Bairro Rio Novo. Os pais da menina, o lavrador Nelsir de Jesus Silva, e a doméstica Luana Ferreira de Jesus ficaram desconsolados e, desesperados, foram amparados por parentes e amigos.

O segundo sepultamento foi do garoto Ruan Miguel. A mãe dele chegou a passar mal em alguns momentos por conta da comoção pela perda do filho. O pai da criança também se sentiu mal e não foi ao cemitério. A tia de Ruan, Maria de Jesus Pereira, estava bastante emocionada. "É um momento de muita dor para nós. Muito difícil aceitar uma situação dessa", afirma. Ruan Miguel e Ana Clara residiam no Bairro Rio Novo, mesma região onde fica a creche Gente Inocente.


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