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Estado de Minas

Morte de taxista durante temporal mostra fragilidades da arborização em BH

Árvore que provocou morte estava saudável e foi derrubada apenas pela força do vento, aponta PBH. Espécimes infectados são monitorados e outros 180 mil aguardam inventário


postado em 03/10/2017 06:00 / atualizado em 03/10/2017 08:02

Árvore caiu na Avenida Brasil com Rua Padre Rolim durante o temporal: foram 33 chamadas ao Corpo de Bombeiros devido a quedas ou ameaças(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Árvore caiu na Avenida Brasil com Rua Padre Rolim durante o temporal: foram 33 chamadas ao Corpo de Bombeiros devido a quedas ou ameaças (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
A queda de uma palmeira na Rua Timbiras, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante o temporal na tarde de ontem e que provocou a morte de um taxista, expõe a fragilidade da arborização urbana na capital. No total, o Corpo de Bombeiros recebeu 53 chamados até o fim da tarde, com informações sobre quedas de outros exemplares ou ameaça.

Com base em vistoria feita por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que o exemplar da Rua Timbiras, na verdade uma planta trigêmea, estava “saudável, sem nenhum sintoma que levasse à indicação de sua supressão”. Em nota, o órgão explicou que a palmeira da espécie Caryota urens caiu em decorrência dos fortes ventos que atingiram a cidade – de acordo com a Defesa Civil, as rajadas de ventos passaram dos 60 km/h na Centro-Sul, podendo ter atingido cerca de 85 km/h, no local do incidente. “Em geral, ventos a partir de 50 km/h já representam riscos para árvores e outros tipos de elementos urbanos”.

Durante uma coletiva no local, o tenente Aihara chefe -adjunto da Sala de Imprensa do Corpo de Bombeiros, sustentou que a arborização da cidade não condiz com a situação urbana.”Não houve um estudo para a escolha das espécies de acordo com a área urbana, que sofreu uma grande expansão”, afirma. No caso da palmeira, o tenente afirma que é uma árvore que não tem raízes profundas. “A impermeabilização do solo, com cimento da calçada no entorno da árvore, impede que sua raiz fique na terra”, completou o bombeiro. A Polícia Civil analisará as causas do incidente.

Outra queda ocorrida no mesmo momento, na Praça Sete, no Centro de BH, desta vez de uma árvore da espécie Ficus microcarpa “foi também motivada pela presença de fortes ventos, no local, tendo sido constatado, por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que, da mesma forma que a da Rua Timbiras, ela se encontrava saudável”. A reportagem do Estado de Minas registrou ainda a queda de uma árvore na esquina da Avenida Brasil com a Rua Padre Rolim.
Ver galeria . 15 Fotos Queda de árvore provoca a morte de uma pessoa na Rua TimbirasGladyston Rodrigues/EM/D.A. Press
Queda de árvore provoca a morte de uma pessoa na Rua Timbiras (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press )

MONITORAMENTO A estimativa é de que BH tenha 480 mil árvores nas vias públicas. Os técnicos esclarecem que “hoje, cerca de 2 mil árvores, distribuídas entre as espécies munguba e paineira, estão sendo acompanhadas e monitoradas, na cidade, por causa da ocorrência de uma infestação do inseto conhecido como besouro metálico (Euchroma gigantea), que pode ocasionar o comprometimento dos sistemas estruturais das árvores. Dessas, 600 unidades já foram suprimidas e as outras 1,4 mil estão sendo vistoriadas e, no caso da identificação de riscos de queda, serão suprimidas”.

Os técnicos do Meio Ambiente ressaltam que o trabalho de vistoria e monitoramento das árvores é permanente.

INVENTÁRIO
Uma das grandes reivindicações de moradores e ambientalistas é a conclusão do inventário da arborização urbana de BH, para conhecimento do número total de exemplares e das condições e também para nortear estratégias de preservação. Segundo a PBH, o inventário de 300 mil árvores, que atingiu as regiões Leste, Centro-Sul, Noroeste, Oeste e parte da Pampulha, foi concluído. “Deverá ser efetuada nova contratação, ainda a ser licitada, para o inventário das possíveis 180 mil árvores  faltantes e que cobrirá as regiões Norte, Nordeste, Venda Nova, Barreiro e a parte da Pampulha.

Defesa Civil mantém alerta

Alerta de chuva forte emitido ontem pela Defesa Civil de Belo Horizonte continua válido até as 8h de hoje. Segundo o órgão, áreas de instabilidade provocam aumento da nebulosidade e devem provocar pancadas de chuva, acompanhadas de raios e rajadas de vento em torno de 50 a 60km/h na capital mineira. O volume estimado de chuva é de 60 a 80 mm. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura mínima na capital deve chegar a 18°C e a máxima 27°C.

Em nota, a Defesa Civil adverte para que, durante o período de chuvas, as pessoas não se abriguem debaixo de árvores ou estacionem veículos próximos a elas, para evitar acidentes como aqueles que ocorreram na tarde de ontem e provocou a morte de um taxista. Além de evitar áreas de inundação e não trafegar em ruas sujeitas a alagamentos no momento de fortes pancadas.

De acordo com o Inmet, a previsão é de céu nublado com pancadas de chuva na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Triângulo Mineiro e Zona da Mata. No Oeste e Sul do estado, o cuidado também deve ser redobrado, devido à elevação dos níveis dos rios com a possibilidade de alagamentos. As demais regiões seguem com céu parcialmente nublado e possibilidade de chuva isolada. * Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia


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