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Estado de Minas

Focos de calor em MG já superam em 21,5% a média histórica de setembro

Equipamentos de voluntários ajudam a monitorar e agilizam o combate às chamas na Serra do Rola-Moça


postado em 20/09/2017 06:00 / atualizado em 20/09/2017 08:09

Painel sinaliza o risco de incêndios no Rola-Moça, onde os drones começam a ser usados também na identificação de incendiários(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Painel sinaliza o risco de incêndios no Rola-Moça, onde os drones começam a ser usados também na identificação de incendiários (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

Ainda a 10 dias do fim, setembro já registra o maior número de focos de calor para o mês dos últimos cinco anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As unidades de conservação são as que mais vêm sofrendo com os incêndios. O Parque Estadual da Serra do Roça-Moça, entre Belo Horizonte e Brumadinho, por exemplo, teve seguidas ocorrências nos últimos 15 dias. Um sobrevoo ainda será realizado para medir a área queimada, mas já se sabe que pelo menos 604,9 hectares (ha) foram atingidos, o que representa 2.526% a mais do que o registrado em 2016. No ano passado, 23,6ha foram destruídos. A Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) estima que as chamas tenham atingido mil hectares do parque em 2017. Para tentar impedir o avanço do fogo, drones de voluntários estão sendo usados para monitorar os pontos críticos e agilizar o combate.

Os números de focos de calor detectados em setembro pelo Inpe mostram que a situação ainda requer atenção e monitoramento por parte das autoridades. Nos últimos 19 dias, foram 3.655 registros, 21,5% acima da média histórica para o período inteiro. Situação como esta não é vista no estado desde 2011, quando o mês terminou com 5.969 focos de calor.

O Corpo de Bombeiros e brigadistas tiveram um dia de tranquilidade na Serra do Rola-Moça ontem. Depois de aproximadamente 15 dias de trabalhos, as chamas que atingiam a área verde foram debeladas com intenso e desgastante trabalho. As chamas se espalharam rapidamente e chegaram a atingir casas de condomínios que ficam nos limites do parque. Moradores tiveram que agir e se transformar em combatentes para evitar prejuízos.

A área total queimada ainda será mensurada em um sobrevoo nos próximos dias. Mas, pode se aproximar da destruição na unidade de conservação em 2015. “Estamos aguardando uma aeronave para fazer a medição, o que deve ocorrer até sexta-feira. Tivemos vários focos da semana passada para cá, por isso não foi possível fazer isso. Já sabemos que 604,9ha foram queimados desde a primeira ocorrência, o que já é muito maior do que o total do ano passado. Mas ainda é menor do que em 2015, quando foram destruídos 1.394,4ha”, afirmou Marcus Vinícius de Freitas, gerente do parque. No entorno, foram 846,9ha de vegetação destruídos.

ESTRUTURA O biólogo Francisco Mourão, da Amda, estima que os prejuízos tenham sido ainda maiores. Segundo ele, brigadistas que participaram dos trabalhos na unidade de conservação calculam que mil hectares foram destruídos nesta última ocorrência.  Para ele, a estrutura para o combate às queimadas foi melhorada, mas ainda faltam investimentos por parte do governo. “Avaliamos que a estrutura do estado para proteger a área tem melhorado ao longo dos anos, mas ainda falta muita ação preventiva, principalmente em relação aos aceiros, que há dois anos não são feitos. Então, isso acaba tornando as unidades mais vulneráveis”, criticou.

Os incêndios criminosos pioram o problema. As últimas queimadas na Serra do Rola-Moça foram consequência de ações humanas, segundo as autoridades. Para Mourão, ainda falta uma política integrada de prevenção e de combate a esse tipo de crime. “Ainda sentimos uma deficiência do estado para investigar as causas do incêndio e envolver os setores da polícia que são mais investigativos. É preciso monitorar as redes sociais e  essas conversas de pessoas que estão cometendo esses crimes. A gente ouve falar que há grupos que se divertem colocando fogo”, denunciou.

(foto: Bombeiros/Divulgação)
(foto: Bombeiros/Divulgação)


ALIADO NO CÉU A tecnologia é a nova aliada para tentar evitar a propagação das chamas na vegetação do Parque do Rola-Moça e também na identificação de incendiários. O Corpo de Bombeiros passou a contar com a ajuda de voluntários e drones nesta ação. “Até conseguirmos comprar alguns equipamentos para a corporação, voluntários vão ajudar no monitoramento por meio do drones”, contou major Anderson Passos, do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).

A ação é avaliada como positiva. “Essa estratégia é muito eficiente, pois consegue oferecer uma visão mais ampla do fogo. Começamos a usar há um mês e já está sendo muito proveitoso. Temos ideia de como as chamas estão se propagando, dos riscos de que saltem para outras áreas e conseguimos transferir as ações de combate”, comentou Francisco Mourão.  “Os drones ajudam a gente a identificar rapidamente o foco e debelar o mais rápido possível para não se espalharem para áreas maiores”, completa Marcus Vinícius.


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