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Estado de Minas

De origem humilde, Clara Nunes conquistou legião de fãs

Cantora mineira participou de concursos até deslanchar no rádio e conquistar o Brasil


postado em 02/09/2017 06:00 / atualizado em 02/09/2017 08:10

Cantora, descoberta em BH, é homenageada com estátua(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Cantora, descoberta em BH, é homenageada com estátua (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Caçula de sete irmãos, Clara Francisca nasceu em 12 de agosto de 1942, em Cedro, distrito de Paraopeba, hoje Caetanópolis, na Região Central. O pai, violeiro conhecido como Mané Serrador, exercia papel cultural importante na comunidade, sobretudo na folia de reis. Órfã de pai em 1944, e pouco depois de mãe, a futura cantora foi criada pelos irmãos José e Maria Gonçalves, a Mariquita, chamada por Clara de Dindinha.

A partir dos 10 anos, Clara ganhou concursos de calouros e, aos 14, começou a trabalhar como tecelã, profissão que continuou a exercer quando se mudou, em 1958, para Belo Horizonte. Nas quermesses do Bairro Renascença, onde morava em BH, Clara, com seu canto, chamou a atenção do violonista Jadir Ambrósio, que se tornou uma espécie de primeiro “empresário” e passou a abrir espaços, principalmente em programas de rádio.

Em 1960, a jovem ganhou a fase mineira do concurso A Voz de Ouro ABC e se classificou em terceiro lugar na versão nacional. Na final da fase mineira, cantou Serenata do adeus, de Vinícius de Moraes e, na nacional, em São Paulo, o samba-canção Só Deus, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Com os resultados alcançados, assinou contrato com a Rádio Inconfidência e, em 1961, recebeu o troféu Ari Barroso de melhor cantora do rádio mineiro.

Em 1965, assinou contrato com a gravadora Odeon, mudou-se para o Rio de Janeiro e gravou o seu primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes, lançado em 1966. A carreira deslanchou quando a gravadora Odeon convidou o radialista Adelzon Alves para produzi-la e o que passou a lhe conferir uma linha de atuação artística. “Para ele não bastava que ela gravasse sambas, era preciso que construísse uma imagem de cantora ligada às raízes da cultura brasileira”, revela a pesquisa do Memorial Clara Nunes, de Caetanópolis.

Nessa etapa, deixa a fase romântica e grava sambas, frevos, forrós e jongos. Em 1975, a mineira se casa com o poeta e compositor Paulo César Pinheiro, que passa a produzir seus discos no ano seguinte. A marca fundamental de sua carreira estava construída: a relação com os gêneros populares e a busca de ser uma “cantora popular brasileira”. A dona de sucessos como O mar serenou, Canto das três raças e Morena de Angola morreu em um “sábado de aleluia”, em 1983, deixando uma legião de fãs e admiradores.


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