
O suspeito, identificado como Walter Ernesto Goddard Júnior, de 24 anos, foi apresentado pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira. Segundo o delegado Rodolfo Rabelo, responsável pelas investigações, o preso é de Sabará e vem de uma família com boas condições financeiras. A polícia suspeita que ele agia há mais de um ano. “Ele era promoter, produzia festas em algumas boates da capital, e se valia da função que exercia para promover a venda de drogas”, disse o delegado. Rabelo acredita que esta pode ter sido uma das maiores apreensões de drogas sintéticas entre as delegacias de BH.
As investigações começaram há dois meses e levaram ao cumprimento de dois mandados de busca e apreensão em 13 de julho. Na ocasião, a namorada de Walter estava na casa dele, em Sabará, quando a polícia chegou. Os policiais encontraram cerca de 100 comprimidos no imóvel. O outro mandado foi cumprido no imóvel da mulher. Mais de 3 mil comprimidos estavam separados em duas caixas do Sedex. Uma delas estava escondida em uma mochila guardada em um armário. O cômodo ficava trancado. Quando não estava na cidade, ela deixava o imóvel aos cuidados de Walter.
"A namorada dele não tinha nenhum conhecimento de que a droga estava lá”, explica o delegado Rodolfo Rabelo. “Ela é de fora da cidade e estudava aqui em Belo Horizonte. Ele se valeu de um dia em que ela não estava na capital, pegou as chaves da casa e guardou a droga lá. A família ficou assustada, ela ficou assustada, porque ela não tinha conhecimento que ele tinha envolvimento com o tráfico”, disse. A mulher foi conduzida, ouvida e liberada.
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, os policiais ainda encontraram R$ 3 mil em dinheiro, uma balança de precisão, embalagens plásticas para embalar as drogas, um simulacro de arma de fogo e uma faca peixeira, de acordo com a corporação.
Conforme a polícia, cada comprimido de ecstasy era vendido por R$ 30 ou R$ 50. A variação de preços dependida do evento. O delegado estima que o material apreendido está avaliado entre R$ 140 mil ou R$ 200 mil. As caixas do Sedex tinham remetente de São Paulo, Rabelo acredita que o endereço é falso.

O delegado também falou sobre o perfil dos traficantes de drogas sintéticas. "Como a droga sintética custa mais e está ligada à realização de eventos, geralmente a pessoa que tem maior poder aquisitivo é que pode comprar. Esses traficantes de drogas sintéticas geralmente são de famílias boas, que têm condição boa, e não têm relação com o tráfico violento, como chamamos, que vive de favela, que vende nas ruas”, detalhou. As investigações continuam para tentar descobrir se outras pessoas estavam envolvidas no esquema.