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Estado de Minas

Falta de informação e documentos atrasa chegada de camelôs ao Shopping Uai

Nenhum dos 250 agraciados com vagas no Shopping Uai conseguiu trabalhar ontem por falta de documentos. Concorrência nas calçadas de O Ponto assusta quem vai para o local


postado em 12/07/2017 06:00 / atualizado em 12/07/2017 07:58

Thales dos Santos com o título do sorteio:
Thales dos Santos com o título do sorteio: "Disseram que eu deveria ter tirado uma documentação na PBH. Mais um dia sem trabalhar" (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

Falta de documentação e de informações impediram que os primeiros camelôs sorteados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ocupassem ontem as 250 vagas preliminares preparadas no Shopping Uai, no Centro de Belo Horizonte, e voltassem a trabalhar. Nenhum dos agraciados conseguiu começar ainda, deixando o local onde deveriam se instalar completamente vazio, apenas com os armarinhos de madeira que lhes servirão de boxes. O local receberá, ao todo, 676 trabalhadores. Ao mesmo tempo, a apreensão é muito grande no Shopping Uai, O Ponto, em Venda Nova, onde 871 ambulantes foram sorteados para iniciar hoje seus trabalhos. Contudo, além de ficarem no andar mais baixo e de nem sequer haver boxes próprios para eles, os próprios lojistas e funcionários do espaço afirmam que será difícil a nova turma obter sucesso lá devido às calçadas da porta do empreendimento estarem infestadas de camelôs ilegais.

Vários dos sorteados para o empreendimento no Centro estiveram ontem na administração do shopping, mas não conseguiram começar suas atividades. “Meu nome foi sorteado, mas quando cheguei aqui (ao shopping) me disseram que deveria ter tirado uma documentação na PBH. Mais um dia sem trabalhar para mim”, desabafou o vendedor ambulante Thales dos Santos, de 24 anos.

O camelô Rafael Rodrigues dos Santos, de 32 anos, foi um dos que procurou o shopping, mas nem sequer sabia se tinha sido sorteado. “Deixei meu nome lá, mas não consegui saber até agora se vou ter direito a um box. Ninguém soube me informar, então, vim até o shopping para ver se conseguiria informações. Por enquanto estou assim, sem saber para onde ir e trabalhando na rua correndo deles (fiscalização)”, disse.

Segundo o administrador do empreendimento, Gustavo Cordeiro, um posto de informações será instalado hoje para auxiliar os camelôs. “As pessoas tinham de ter vindo com a documentação da PBH pronta. Sem isso, não há condições de assumir o posto aqui”, afirma.

Os móveis que o Shopping Uai posicionou para os camelôs foram alvos de muitas críticas por serem pequenos cubos de madeira sem trancas e que estão muito apertados, uns juntos aos outros. “Não tem espaço para os clientes circularem para ver nossas mercadorias. A gente vai trabalhar muito apertado com outro vendedor do box de trás. Eu, que vendo películas, capinhas e acessórios para celular preciso de espaço para o cliente parar, experimentar se minha mercadoria serve no seu aparelho, mas não tem espaço para isso”, reclama Thales dos Santos.

O administrador do espaço diz que trancas podem ser instaladas nos boxes e que estas são estruturas provisórias, que aguardam a aprovação da lei municipal sobre o assunto. “É preciso que os camelôs venham e ocupem seus espaços para que possamos adaptar o que temos às suas necessidades de espaço e estrutura”, disse Cordeiro.

Camelôs ilegais que lotam as calçadas em frente de O Ponto serão desafio para os ambulantes que começam a chegar ao shopping hoje(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Camelôs ilegais que lotam as calçadas em frente de O Ponto serão desafio para os ambulantes que começam a chegar ao shopping hoje (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
No Uai Venda Nova, por enquanto só há marcações de boxes no solo. A expectativa da gerência é de que os próprios comerciantes tragam suas estruturas para ocupar seus espaços, até que possam chegar os boxes encomendados, em até um mês. Mas os próprios funcionários estão descrentes com a vinda dos camelôs. “Enquanto os camelôs e toreros continuarem aqui na porta do shopping, vendendo ilegalmente, não tem motivo para ninguém vir trabalhar aqui dentro”, disse um dos funcionários sob a condição de não revelar seu nome.

Segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos da PBH, o prazo final para acomodar todos os camelôs sorteados é de até sexta-feira. Sobre as reclamações a respeito do tamanho dos boxes, segundo a PBH, o objeto segue o tamanho previsto no edital, que prevê “áreas de no mínimo 1m² (um metro quadrado) para cada camelô”. Sobre a denúncia de camelôs em frente ao Shopping Ponto Uai Venda Nova, a PBH informa que “a fiscalização continua acontecendo em todas as regionais”. Essas pessoas podem ter a mercadoria apreendida, conforme previsto no Código de Postura do município.


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