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Estado de Minas

Grupo é suspeito de desviar R$ 400 mil destinados à compra de próteses e órteses em MG

Os aparelhos eram prescritos, encomendados, mas não eram entregues aos pacientes. Mais de 300 pessoas foram afetadas pela fraude, que desviou R$ 400 mil entre 2014 e 2015


postado em 19/06/2017 16:27 / atualizado em 19/06/2017 20:46

Um esquema de desvio de verbas para a aquisição de órteses e próteses pelo Hospital Bom Samaritano, em Teófilo Otoni, na Região do Vale do Mucuri, foi desmantelado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O alvo das investigações eram o um ex-fisioterapeuta, um empresário do ramo de produção dos materiais e um ex-gestor da unidade de saúde. Eles prescreviam o uso dos aparelhos, mas não os entregavam. Mais de 300 pessoas foram afetadas pela fraude, que desviou R$ 400 mil entre 2014 e 2015.

As investigações começaram há aproximadamente oito meses, quando pacientes que não receberam os aparelhos procuraram o hospital e o Ministério Público de Minas Gerais. “Eles receberam uma carta do Ministério da Saúde falando sobre a entrega do material, mas não o tinham recebido. Também já tínhamos outras informaçõe sobre a irregularidade”, explicou o promotor Hélio Pedro Soares, um dos responsáveis pelo caso.

A promotoria de Saúde começou as primeiras apurações, porém, como foram detectados crimes provocados pelos investigados, como desvio de verba, organização criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos e particulares, o caso passou para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo o promotor, o crime era praticado por um fisioterapeuta que trabalhava no hospital. “O profissional de sáude prescrevia as órteses e próteses, por meio de licitação, e ele mesmo fornecia o material, com um sócio. Porém, passaram a não mais entregar os aparelhos. Então, recebiam do hospital os valores pela compra, mas não forneciam os produtos”, explica Hélio Soares.

Foram identificados mais de 300 pacientes que ficaram sem as próteses e órteses. Os acusados receberam, segundo as investigações, R$ 400 mil. De acordo com o promotor, a princípio, o gestor do hospital na época em que os fatos aconteceram também tinha participação nos crimes. “Ele recebia parte dos valores para pagar adiantado pelas próteses que não eram entregues. Ele sabia do esquema e não tomou providência”, acusou.

Operação

Diante das evidências encontradas na investigação, o Gaeco solicitou à Justiça mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos na sexta-feira. Na Operação Bom Samaritano, em alusão à parábola bíblica de mesmo nome, que reflete sobre a importância de aproximação das pessoas e do compadecimento pelos sofrimentos alheios, foram apreendidos documentos, notas fiscais, computadores, centrais e telefones celulares. Os alvos foram encaminhados para a delegacia, onde serão ouvidos e liberados.

“Estão sendo ouvidos, mas pela orientação dos advogados, vão exercer o direito ao silêncio. Como não há mandados de prisão, pois não havia motivo, serão liberados. O que mais buscamos é trazer de volta todos os valores que foram desviados. Queremos de volta cada centavo. Estão analisando uma delação premiada para entregar outros envolvidos, e poderiam ter um benefício, como não serem presos. Mas isso ainda não está nada certo”, disse o promotor.

As investigações sobre o desvio de dinheiro público vão continuar para tentar encontrar outras pessoas que participaram do crime. O MPMG esclareceu que na gestão atual do Hospital Bom Samaritano não há indícios de desvios.

Por meio de nota, a administração do hospital informou que as investigações não contemplam a atual gestão, que teve início em janeiro de 2017. “É oportuno esclarecer que, não houve, no dia de hoje, nenhuma diligência por parte dos órgãos investigadores nas dependências do Hospital Municipal Bom Samaritano. De acordo com informações repassadas pelo Ministério Público de que as denúncias começaram a partir do ano de 2012, esclarecemos que, nessa época, o Hospital Bom Samaritano ainda não estava sob responsabilidade do município, sendo ainda de gestão privada. A mudança só ocorreu no ano de 2013, após uma intervenção feita pela gestão municipal anterior”, afirmou. A diretoria da unidade de saúde disse, ainda, que disponibilizou documentos e informações para os órgãos que estão à frente das investigações.

RB


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