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Estado de Minas

Seminário de rede hospitalar discute os desafios do envelhecimento

Mater Dei discute cenários do setor no Brasil e prioridades do atendimento diante da elevação da expectativa de vida no país. Acompanhamento de doentes crônicos está na lista


postado em 09/06/2017 06:00 / atualizado em 09/06/2017 08:05

Cerca de 600 profissionais participaram do encontro no Mater Dei em comemoração aos 37 anos do hospital(foto: Samuel Gê/Mater Dei)
Cerca de 600 profissionais participaram do encontro no Mater Dei em comemoração aos 37 anos do hospital (foto: Samuel Gê/Mater Dei)
Os dilemas na área da saúde têm relação direta com as condições urbanas e a expectativa de vida de um país. No Brasil, a chamada “tripla carga de doenças”, ou seja, o aumento nas patologias infecciosas e parasitárias que não foram superadas, o agravo das doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento da população e o crescimento das mortes em decorrência da violência, desafia profissionais da área. Esse foi o tema abordado no encontro “Operando o sistema de saúde com base na efetividade e na geração de valor para o paciente”, no 8º Seminário de Gestão em Saúde, promovido pela Rede Mater Dei de Saúde durante o dia de ontem. Em comemoração aos 37 anos do hospital, o evento contou com participação de cerca de 600 profissionais, que discutiram os cenários que impactam o sistema de saúde brasileiro.

A longevidade é uma das grandes conquistas da humanidade, isso por conta aos progressos da medicina. Entretanto, algumas enfermidades acompanham o envelhecimento da população: são as doenças crônicas. Esse foi um dos temas destacados durante o seminário. “As questões ligadas ao envelhecimento serão cada vez mais importantes na prática médica hospitalar. Doenças como diabetes, hipertensão e cardiopatias serão mais frequentes e as estruturas de saúde precisam estar preparadas para atender essas pessoas”, disse Henrique Moraes Salvador Silva, presidente da Rede Mater Dei de Saúde. Durante uma das mesas redondas promovidas no evento, Giovanni Guido Cerri, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), destacou que o futuro é preocupante. “Daqui a alguns anos, teremos uma pirâmide onde a grande base deixará de ser os jovens. Isso é característico de países como o Japão. Porém, o Japão tem uma renda muito maior que o Brasil e, em 2060 não teremos uma economia semelhante à deles. Ou seja, teremos uma população envelhecida e pobre”, destaca.

Baseado em dados da Pnad, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou, em dezembro de 2016, a Síntese de Indicadores Sociais. Em 2015, o Brasil tinha 204,9 milhões de habitantes, 14,3% dos quais com mais de 60 anos. Em 2005, o percentual era de 9,8%. Mantido o ritmo, projeta-se cenário pouco animador: em 24 anos, pessoas com mais de 60 anos serão 23,5% da população total. A aceleração não se observa na outra ponta. De 2005 a 2015, o percentual de crianças e jovens de até 14 anos caiu de 26,5% para 21%; o de 15 a 29 anos passou de 27,4% para 23,6%.

Segundo Giovanni, estudos ainda apontam que em 2030, apenas 10% da população acima de 60 anos terá condição de se associar a um plano de saúde. Tendo em vista essa realidade, a teoria defendida por Giovanni preza por um futuro no qual “teremos um sistema de referência em qualidade e sustentabilidade, com maior participação dos cidadãos, assegurando o cumprimento dos princípios do SUS a partir de uma atuação coordenada dos setores públicos e privados.” A prevenção continua mostrando o caminho próspero para a solução dessa equação.

Para isso, o programa “Mais Saúde” Mater Dei reúne estruturas de apoio e diagnóstico, com equipe multiprofissional de médicos, com o intuito de preservar e melhorar a qualidade de vida de quem precisa, como pacientes crônicos e de situações clínicas altamente específicas. “Procurando desenvolver em inovação, teremos alguns produtos que vão ser muito importantes para receber essa população envelhecida, por exemplo, o programa Mais Saúde. A estrutura lida com o paciente não só nos momentos agudos da doença, mas ao longo da vida. Se o diabético, por exemplo, tiver o tratamento adequadamente, diminuirá muito as complicações para ter uma qualidade de vida melhor, além de reduzir o custo”, disse Henrique Moraes.


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