(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ibama afirma que ações da Fundação Renova não recuperaram danos no Rio Doce

Relatório, com base em vistorias realizadas em novembro do ano passado, aponta que 90% das áreas vistoriadas na Bacia do Rio Doce apresentam algum tipo de processo erosivo


postado em 05/05/2017 19:57

Área da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves é uma das afetadas por poluição(foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
Área da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves é uma das afetadas por poluição (foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que 90,38% das áreas vistoriadas na Bacia do Rio Doce atingidas por lama e rejeitos da Barragem de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015 em Mariana, ainda apresentam algum tipo de processo erosivo. O órgão divulgou seu terceiro relatório da Operação Áugias, que faz diagnóstico das áreas danificadas pelo desastre e acompanha as atividades desenvolvidas pela Fundação Renova, criada em agosto do ano passado para gerir os programas de restauração e recuperação pela Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP Billiton.

O documento do Ibama, denominado Argos III, foi divulgado na quarta-feira, um ano e meio depois da tragédia, que deixou 19 mortos. O relatório, que tem por base vistorias realizadas entre 16 e 26 de novembro de 2016, constatou falhas no processo de recuperação ambiental, e faz 27 recomendações técnicas de medidas a serem adotadas, bem como quatro encaminhamentos diretos à Fundação Renova, com prazos que variam de 15 a 45 dias para serem acatados.

A vistoria foi realizada em 54 pontos da área mais afetada pela tragédia. Analistas do Ibama apontaram que não havia, em novembro, qualquer tipo de intervenção em 49% dos locais onde são necessárias ações de conservação do solo. Também não tinham sido realizadas intervenções em 40% dos pontos que demandam drenagem superficial e em 37,5% dos que aguardam soluções para contenção dos rejeitos.

Em novembro de 2016, um ano após o desastre, a Samarco foi multada em mais R$ 50 milhões por ter deixado de adotar medidas de precaução e contenção para evitar o carreamento de rejeitos para os corpos hídricos. Um relatório concluído em 24 de outubro apontou que em 95% dos locais vistoriados as recomendações do Ibama não haviam sido integralmente cumpridas. O Ibama aplicou contra a Samarco, até o momento, 21 autos de infração no valor de R$ 344,8 milhões.

Fundação diz que cenário mudou

Por meio de nota, a Fundação Renova sustentou que o relatório Argus III, do Ibama, é relacionado ao início das atividades da fundação, “quando o cenário era absolutamente diferente do constatado atualmente”. A entidade informou que adotou medidas relacionadas com os aspectos levantados no relatório. “Para a região mais crítica, dos primeiros 100 quilômetros, onde foi depositado metade do material que vazou da barragem, foi proposta a retirada do rejeito em 75 quilômetros da calha do Rio Gualaxo. O processo de manejo será finalizado até novembro de 2018”, afirma a fundação na nota.

Outras medidas citadas são a “recuperação em cerca de 1.460 hectares de calhas e margens dos rios principais, o que inclui técnicas de conservação, drenagem do solo e projetos que visam a contenção de rejeitos, e recuperação de 82 dos 101 afluentes impactados, o que representa cerca de 23 quilômetros de rios”.

A Renova sustenta que, entre as ações, “estão limpeza das calhas, recomposição do sistema de drenagem e revegetação com espécies de crescimento mais rápido para a proteção do solo” e que a conclusão desse trabalho “está prevista para o fim deste ano”. A partir dessa etapa, afirma a entidade, terá início o processo de reposição florestal, com ações diversas previstas para os próximos 10 anos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)