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Estado de Minas

Ibama faz varredura em cidades mineiras depois de denúncia de matança de macacos

Durante dois dias, técnicos, policiais do Meio Ambiente e agentes de saúde e ambiental estiveram em Ladainha, no Vale do Rio Doce, e em outras cidades da região


postado em 02/02/2017 21:57 / atualizado em 02/02/2017 22:21

Analistas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) começam a analisar nesta sexta-feira o resultado da varredura feita em cidades mineiras onde há surto de febre amarela, para averiguar denúncias de matança de macacos. Durante dois dias, os técnicos, com a Polícia Militar do Meio Ambiente e agentes de saúde e ambiental visitaram áreas verdes do município de Ladainha, no Vale do Rio Doce, e outros da região. Porém, não foram encontrados indícios de abate dos animais.

A ação foi motivada por uma série de denúncias recebidas pelo Ibama nos últimos dias, dando conta da matança de primatas na região. “Os denunciantes diziam que os animais, principalmente macacos, estavam sendo abatidos por causa da febre amarela. Então, começamos a investigação para ver se realmente há mortes”, explicou o analista ambiental do Ibama, Daniel Vilela.

Durante as visitas e conversa com os moradores, os analistas não conseguiram identificar os responsáveis pela morte ou algum animal morto. “De maneira geral, não existe sentimento de responsabilização dos macacos pelo surto de febre amarela. A maioria entende que eles (os primatas) são vítima das doenças. Não há um sentimento generalizado, mas houve ao menos duas denúncias de moradores ou locais onde estavam matando os macacos. Fomos nas localizações, mas não conseguimos identificar ninguém e nem encontrar animais mortos”, contou Vilela.

Ladainha é cercada de matas. A convivência com macacos é comum para os moradores. Porém, desde o surgimento do surto da febre amarela no início do ano, nenhum animal é visto. “Rodamos em várias localidades, entramos em áreas de matas e não percebemos nenhum registro dos animais. As pessoas mostraram que eram abundantes por aqui, parece que foram dizimados pela doença”, disse. “As espécies que relatam que foram mais atingidos, são os guaribas e os saguis”, completou.

Cidades com mortes de primatas

O número de cidades com mortes de macacos confirmadas para a doença se mantém em 26. Rumores de óbitos foram notificados em outros 57 municípios. Desses, 30 estão sendo investigados. Entre os que têm casos em investigação estão Belo Horizonte, Betim e Contagem, na Grande BH. Ainda na Região Metropolitana, há rumor de mortes de primatas em Ribeirão das Neves, Lagoa Santa e Nova Lima.

Surto de febre amarela

Neste ano, foram computados 128 mortes suspeitas da doença. Dessas, 51 foram confirmadas e outras 77 ainda estão sendo investigadas. O contingente vem subindo a cada dia. Para se ter ideia, na segunda-feira o estado tinha 40 mortes confirmadas. Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) ressalta que a atualização não reflete o aumento no número de casos apenas nos últimos dias. O mesmo acontece com o número de notificações da doença. Até esta quinta-feira, foram 777, aumento de três registros em relação a quarta-feira. Na comparação com o início da semana, a alta foi de 65 registros. Do total, 138 foram confirmados.

De acordo com a SES, a maioria dos casos suspeitos teve início dos sintomas entre os dias 8 e 14 de janeiro de 2017. O número de cidades com notificações de casos suspeitos da doença também subiu. Agora, são 61, incluindo dois casos em que o local de infecção ainda é apurado. Nessa quarta-feira eram 60 cidades. Do total, 31 municípios tiveram confirmação da doença. Os mais afetados foram da Região Leste de Minas: Ladainha (20), Itambacuri (14), Teófilo Otoni (12) e Novo Cruzeiro (11) lideram em número de mortes investigadas. Os números mostram que dos casos confirmados, 86% foram em homens.

 

(RG)


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