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Estado de Minas

Secretário confirma apreensão de celulares e transferência de 14 presos da Dutra Ladeira

Motim na penitenciária de Ribeirão das Neves deixou nove feridos. Familiares de detentos foram recebidos na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira


postado em 18/01/2017 12:56 / atualizado em 18/01/2017 16:01

Robson Lucas da Silva diz que 14 presos serão transferidos e que o estado está em alerta em relação aos demais presídios(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Robson Lucas da Silva diz que 14 presos serão transferidos e que o estado está em alerta em relação aos demais presídios (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
O secretário adjunto da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Robson Lucas da Silva, confirmou nesta quarta-feira que 14 detentos da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, serão transferidos para outras unidades de Minas Gerais. Eles foram identificados como líderes do motim ocorrido na terça-feira.

Silva participa de uma reunião convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em que os familiares de detententos da Grande BH falam sobre a situação dos presídios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O encontro não estava na pauta e a imprensa não foi autorizada a acompanhá-lo, segundo os organizadores, para dar mais privacidade aos familiares dos presos, que fariam denúncias e reclamações.



O secretário adjunto da Seap confirmou a apreensão de celulares dentro do presídio. Segundo ele, a operação pente-fino na unidade não havia terminado até o fim da tarde passada, já que a complexidade do procedimento resulta em demora. “Porque verificamos, não só a Secretaria como todo o Brasil, que foram postados vários vídeos e áudios e isso é vedado pela legislação. Não pode ter celular lá dentro. Então estamos fazendo uma trabalho muito minucioso para poder identificar a presença desses equipamentos e apreendê-los”. O secretário disse ainda que, até o momento, não houve apreensão de drogas e armas, apenas celulares.

Segundo Silva, o estado está alerta para evitar novas crises nas demais unidades prisionais de Minas. “Temos informações dos serviços de segurança, Polícia Civil,  Polícia Militar, Polícia Federal. As nossas forças de segurança atuam de forma bem articulado e então compartilhamos as informações. E desde que eclodiram esses movimentos no Amazonas, muito antes, a gente já vinha tendo uma vigilância, uma atenção com o sistema prisional. A gente tem esse problema crônico da superlotação e em razão disso a segurança está reforçada”, diz.

Denúncias


O deputado Rogério Correia (PT), da Comissão de Direotos Humanos da ALMG, informou que as famílias pediram o encontro para reclamar de maus tratos aos detentos. Eles voltaram a reclamar da atuação do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), que estaria agindo com violência contra os presos. Participam do encontro familiares de detentos da Nelson Hungria, da Gameleira, do Presídio de São Joaquim de Bicas, Nova Lima, Ribeirão da Neves, José Martinho Drummond e da Dutra Ladeira.

Elivânia Pereira dos Santos tem dois filhos na Penitenciária Dutra Ladeira. Ela alega que os detentos enfrentam condições precárias no local. “Melhoria na água. Eles estão tendo diarréia, vomitando. A comida nem se fala. Nem um cachorro come aquela comida. Não é mordomia. Eles não querem bife, não querem salada não, eles querem uma comida adequada pra eles. A água está suja. Eles falaram que não vão limpar, que eles tem que beber o que tem. Se a gente não olhar, quem é família e mãe, e os Direitos Humanos não ajudarem a gente, vão matar eles todos. Olha o que está acontecendo no país?”, comenta.

Elivânia Pereira dos Santos é mãe de dois detentos que estão na Penitenciária Dutra Ladeira(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Elivânia Pereira dos Santos é mãe de dois detentos que estão na Penitenciária Dutra Ladeira (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Por sua vez, o secretário Robson Lucas da Silva nega que haja maus tratos. “Por enquanto transcorrem todos os procedimentos dentro da normalidade. A informação é de que na segunda-feira houve recusa dos detentos de receber o café da manhã e almoço. Ante a recusa os alimentos ficaram lá guardado, ninguém quis, se perdeu. A qualidade é a mesma para todas as unidades prisionais. A gente faz um controle para efeito de cumprimento dos contratos, em relação aos fornecedores de alimentos, e a gente não tem tido reclamações. A água é encanada, tem caixa d'água e tudo. Mas a gente está inteiramente ao dispor para ouvir, identificar essas queixas para poder tomar os procedimentos corretivos”, disse. Silva também reafirmou que o atual diretor da penitenciária, Rodrigo Machado, não será afastado.

TENSÃO Durante a entrevista do secretário adjunto da Seap à imprensa, ainda do lado de fora, houve um momento de tensão. O advogado Gregorio de Andrade, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG) tentou intervir na fala de Robson Lucas. Andrade disse que os representantes não foram autorizados a entrar na Dutra Ladeira na terça-feira, quando dezenas de parentes de presos ainda se aglomeravam na porta do local atrás de notícias.

O secretário disse que a entrada de advogados foi vetada para evitar confusões e eventuais favorecimentos, já que eles têm clientes no presídio, e que a entrada seria permitida após a normalidade dos trabalhos. Já o representante da comissão da OAB questionou a restrição da entrada e disse que Silva não está revelando a real situação dos presídios.


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