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Estado de Minas

Copasa corta água de imóvel que Santa Casa tenta reaver na Justiça

Local fica na esquina da Avenida Professor Alfredo Balena com a Alameda Ezequiel Dias e foi invadido por cerca de 70 pessoas. Situação gerou revolta de ocupantes


postado em 05/01/2017 06:00 / atualizado em 07/01/2017 11:21

Ver galeria . 12 Fotos Reintegração de posse deixa ocupantes sem água e luz no Centro de BHTúlio Santos/EM/DA Press
Reintegração de posse deixa ocupantes sem água e luz no Centro de BH (foto: Túlio Santos/EM/DA Press )
A Santa Casa de Belo Horizonte entrou na Justiça Federal ontem com um pedido de reintegração de posse de um imóvel localizado na Avenida Alfredo Balena com a Alameda Ezequiel Dias. Segundo a instituição, o imóvel, que já abrigou a Fundação Navantino Alves, foi invadido no sábado por aproximadamente 70 pessoas.

Ainda ontem, a Copasa cortou a água do imóvel, o que provocou revolta dos ocupantes, que cobram a abertura de diálogo com a instituição. A desempregada Leidiane Romão, de 28 anos, afirmou não ter como matar a sede do seu bebê de 1 ano e 9 meses. “Tenho uma mamadeira, mas com esse calor a água ficou muito quente e não tinha como alimentá-lo”, diz a mãe, que ofereceu o peito para tentar acalmar a criança. Ela é uma dos ocupantes do imóvel, que funcionou como um dos primeiros bancos de leite materno do país.

De acordo com a Santa Casa, o local foi invadido no sábado, mas os ocupantes garantem que estão lá há um ano e quatro dias e que não haviam recebido nenhuma comunicação das autoridades para que deixassem o local até a tarde de ontem. Eles ainda dizem que convivem com a falta de eletricidade há meses e se viram com velas ao entardecer. Agora um novo desafio: a falta de água, cortada. “Como vou tomar os meus remédios?”, questiona a mãe de Leidiane, Antônia Romão dos Santos, de 51.

“Se tirar todo mundo daqui, vamos para debaixo da ponte. Queremos que eles nos levem para um diálogo, queremos uma solução final para o problema. A movimentação é pacífica. São mulheres vítimas de violência doméstica, deficientes, crianças... Somos todos trabalhadores e quero ser tratada como cidadã”, afirma a vendedora Cristiane Vieira, de 39. Entre as reivindicações estão a declaração do documento autenticado de que o prédio pertence mesmo à Santa Casa e o diálogo com o hospital.

Um dos funcionários da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que estava no endereço para a suspensão do fornecimento de água imóvel, afirmou que o pedido já havia sido feito há mais tempo pela Santa Casa, já que o imóvel estava abandonado. Os moradores afirmam que se trata de uma tentativa de despejo sem negociação.

O local está sob responsabilidade da Santa Casa desde 2013. Segundo o hospital, já ocorreu outra ocupação ao prédio, que terminou com a desocupação “sem nenhuma violência”. Um acordo entre a Santa Casa e o Ministério Público foi feito para a construção do Hospital de Olhos Santa Casa BH, porém, em 2015, a Santa Casa foi atingida por uma crise financeira. “Tínhamos, quando recebemos o imóvel, um prazo de transferência até julho de 2017. Houve esse atraso em 2015 e 2016, mas vai voltar à programação de 2017. Estamos em condições de seguir a obra”, afirma Saulo Coelho, provedor da Santa Casa.


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