Responsável pelo trabalho de investigação, o delegado Flávio Grossi explica que, apesar de haver outros suspeitos de participar das agressões, o trabalho comprovou que houve participação apenas de Rafael e Thiago. Durante as investigações foram ouvidas 12 pessoas, entre testemunhas, vítima e suspeitos. “Inicialmente, havia quatro suspeitos, que foram profundamente investigados. Ao longo do trabalho, concluímos, com fundamentação fática e jurídica, que somente os dois indiciados participaram do crime”, explica.
O delegado informou, ainda, que exames e imagens de circuito de segurança do entorno da casa de eventos também foram usados nas apurações. “Além dos depoimentos, analisamos laudos de lesão corporal, que constatou o risco de morte e as múltiplas lesões que a vítima sofreu. O laudo das imagens confirmou as agressões”, acrescenta. De acordo com as averiguações, os dois atacaram a vítima e, com isso, assumiram o risco de causar a morte da vítima. Dos dois suspeitos, somente Rafael admitiu ter agredido o rapaz.
PUNIÇÃO De volta a Barbacena, na Região Central de Minas, onde cursa medicina, Henrique Papini dá continuidade ao tratamento para se recuperar de uma paralisia parcial da face e da perda de audição do ouvido esquerdo, ambas consequências da agressão. Tem feito fisioterapia, acupuntura e outros tratamentos médicos, embora não esteja sendo acompanhado pelos profissionais que o assistiram em BH na época do espancamento.
Ontem, ao saber da notícia, o jovem disse ter entendido como justa a finalização do inquérito e afirmou acreditar no trabalho da polícia e da Justiça. “Acho que a punição vai ocorrer e de forma justa”, diz. Henrique contou ainda que, embora evite falar sobre o assunto, que ainda lhe é traumático, não há como esquecer o e episódio. “Penso nisso todos os dias, até mesmo pelas sequelas que ficaram e pelo tratamento que ainda tenho pela frente.” Ele disse que precisou voltar a Barbacena para não perder o semestre letivo, mas lamenta ter interrompido o acompanhamento com os médicos em Belo Horizonte. “Isso tem me causado angústia, porque ainda não me recuperei totalmente, embora os médicos digam que o processo é lento”, desabafa.