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Estado de Minas

Conselho Municipal de Saúde é contra retirada de capivaras da Pampulha

Para o Conselho, a retirada dos roedores não vai resolver o problema da infestação dos carrapatos. Justiça determinou o recolhimento dos animais até a sexta-feira


postado em 11/10/2016 15:37 / atualizado em 11/10/2016 15:48

Decisão de retirada dos animais não inibiu a presença de visites na orla da Pampulha(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Decisão de retirada dos animais não inibiu a presença de visites na orla da Pampulha (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) condena a retirada das capivaras da Lagoa da Pampulha. O grupo considera abuso de poder a decisão do desembargador federal Souza Prudente, da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), de Brasília, que na sexta-feira determinou que os mamíferos sejam isolados. Em reunião nesta terça-feira, o presidente do Conselho, Bruno Abreu Gomes Pedrosa, afirmou que a retirada dos roedores não vai resolver o problema da infestação dos carrapatos-estrela, transmissores da febre maculosa.

A decisão da Justiça foi proferida em apelação proposta pela associação de moradores do Bairro Bandeirantes, na Região da Pampulha. O desembargador determinou, em caráter liminar, que a Prefeitura de Belo Horizonte deve novamente recolher os animais, que são hospedeiros do parasita. A providência de isolar as capivaras – não apenas as do parque ecológico, mas as de todo o entorno da Lagoa da Pampulha – deve ser adotada de imediato pelo município, por meio de sua Secretaria de Meio Ambiente. De acordo com despacho do desembargador Souza Prudente, os animais devem ser confinados, em condição que os isole do contato com a população e evite a propagação da febre maculosa.

Em discussão realizada nesta terça-feira, o Conselho Municipal de Saúde foi contra a decisão. O grupo defende o manejo ético dos animais que, segundo os integrantes, passa pela construção de um plano de manejo dos animais hospedeiros do carrapato-estrela e não pela eliminação ou retirada das capivaras.

O Conselho sugeriu que as secretarias municipais de saúde de meio ambiente façam estudos sobre a febre maculosa em outras regiões de Belo Horizonte que tenham a presença de animais hospedeiros em potencial. Além disso, recomendou a Secretaria Municipal de Saúde a participação de profissionais da área para o diagnóstico e tratamento da febre maculosa.

Presente na reunião, a veterinária Flávia Quadros, que integra uma das comissões do Conselho, defendeu o uso de cavalos como iscas para os carrapatos ao invés da retiradas das capivaras. Ela sugeriu que os animais, 'que são pratos preferidos dos carrapatos', fossem colocados em determinados pontos da Pampulha, tirando dos roedores o caráter de hospedeiros. Os pontos onde os equinos ficariam, seriam onde não levem risco aos carros que passam pela orla da lagoa.

A estratégia sugerida foi utilizada com sucesso em Viçosa, na Zona da Mata. A ação foi coordenada pelo professor do Departamento de Veterinária da universidade, Tarcízio Antônio Rego de Paula, que esteve presente na reunião do conselho. Na época, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) passou por problemas parecidos com as capivaras. Consequentemente, também a infestação dos carrapatos.

Por causa disso, cavalos foram usados como isca para os carrapatos no campus. Eles eram recolhidos no fim do dia e passavam por uma higienização, quando os carrapatos eram removidos. O procedimento foi bem sucedido.

Uma nova reunião do conselho, que tem caráter deliberativo, está marcada para quinta-feira, quando os secretários municipais de saúde e de meio ambiente vão discutir as decisões e resultados.


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