Público barrado no festival Sensacional protesta contra fila e ação de guardas municipais

Fila longa, desorganização e “ação truculenta” de guardas municipais são algumas das reclamações de quem ficou do lado de fora da abertura da 6ª edição do festival Sensacional, que aconteceu na noite desta sexta-feira no Parque Municipal Américo Renê Giannetti, no Centro de Belo Horizonte. Nas redes sociais são muitos os protestos, como o desabafo de Jéssica Razzaro: “Sensacional... tomar spray, choque, só faltou bala de borracha. Era essa a sensação que vocês queriam que o público sentisse; parabéns objetivo alcançado!”

Na tarde deste sábado, os organizadores do festival soltaram nota em que pedem desculpas “a todas as pessoas que se frustraram na entrada do evento”. Ele admitiram que falharam na organização da fila, mas que estão trabalhando para que, no segundo dia de apresentação, logo mais, a partir das 19h, o problema não ocorra.

O relato de quem foi na abertura do evento é de que pelo menos 3 mil pessoas ficaram de fora. A festa gratuita era programada para público de 7 mil participantes. Com entrada por ordem de chegada, sem retirada prévia de ingresso, a procura para ver o show da paranaense Karol Conka, principal estrela da noite, superou as expectativas dos organizadores.

Disseram que os portões abririam às 19h, mas atrasaram pelo menos em uma hora. Às 21h, quando já tinham iniciado as apresentações, a fila chegava ao Palácio das Artes. Foi então que uma pessoa ligada ao festival passou de bicicleta e disse que já tinham entrado 3 mil pessoas e que, no máximo, quem estava na fila entre o portão do parque na Avenida dos Andradas e Rua Tamoios com Bahia, conseguiria ter acesso ao show”, contou.

Os produtores do festival Sensacional admitem atraso de 20 minutos na abertura dos portões. Eles esclareceram ainda que optaram por não distribuir ingressos antecipados, “pensando na democratização do acesso ao evento.” Na nota, lamentam “a ação da Guarda Municipal que, contrariando os pedidos da produção para manter a calma, agiu de forma desproporcional na contenção da fila.”

A Guarda Municipal de Belo Horizonte informou, por meio de nota, que, ao contrário do que os organizadores afirmam, não houve ação desproporcional por parte de seus agentes. E atribuiu à desorganização dos produtores do festival Sensacional o clima de impaciência e agitação do público, colocondo em risco a integridade física de quem aguardava na fila de acesso ao evento.

E ainda afirmou, por meio de nota, que “o festival tem autorização para 7,5 mil pessoas e, quando a capacidade foi alcançada, a própria segurança contratada pelos organizadores fechou o portão de acesso, deixando então cerca de 3,5 mil pessoas de fora do evento.”

Diante de postagem nas redes sociais, em que sugere uma ação da Polícia Militar no local, com gás de pimenta, o chefe da Sala de Imprensa da corporação, capitão Flávio Santiago, afirmou que “não houve qualquer intervenção de equipes da PM na área do evento com uso de instrumentos de menor potencial ofensivo (spray de pimenta, arma de choque, munição de borracha e bomba de efeito moral).”