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Estado de Minas

Jornalista denuncia ameaça com revólver para dar passagem no trânsito

Vítima desabafou no Facebook depois de incidente na trincheira da Cidade Industrial, em Contagem, quando ela seguia para o trabalho, em Betim, na manhã desta quinta


postado em 23/06/2016 16:47 / atualizado em 23/06/2016 21:54

A jornalista F.F, de 33 anos, passou por momentos de pânico quando ia para o trabalho, na manhã desta quinta, devido à intolerância no trânsito. Quando conduzia o seu carro na trincheira da Cidade Industrial, em Contagem, ela foi ameaçada pelo condutor de um Opala preto, que lhe apontou uma arma para que desse passagem para ele, que dirigia em alta velocidade.

A vítima usou seu perfil do Facebook para denunciar a situação. “Às 5h30 e uma arma apontada para mim. Às 5h30 indo trabalhar e um homem num opala preto cola na traseira do meu carro na trincheira da Cidade Industrial, em Contagem. Eu estava a 70km, conforme o permitido na via. E ele, em alta velocidade. Às 5h30 um motorista colado na traseira do meu carro.”

Moradora de Belo Horizonte, F. seguia para o trabalho em Betim, na Grande Belo Horizonte. A jornalista disse que, pela precariedade da via – no trecho havia buracos – ela se assustou com a atitude, mas não teve como dar passagem de imediato. “Dar seta para a direita é cair em buracos e pista desnivelada, onde todo dia passam caminhões. Quem passa pelo local sabe como está a situação precária da via. Às 5h30 o motorista colado na traseira do meu carro pisca o farol, arranca e para do lado do meu carro.”

A situação ficou ainda mais tensa quando o condutor conseguiu emparelhar os veículos e apontou uma arma na direção da motorista. “Acelera e mostra a arma para mim. Às 5h30 e o risco duplo: cair em buraco, bater o carro e sofrer um acidente ou tomar um tiro de um bandido insano que usa armas de fogo para intimidar as pessoas no trânsito.” No momento, ela temeu que ele pudesse disparar contra ela, por isso não esboçou nenhuma reação. “ Às 5h30 e o choque é tão grande que não consigo gravar a placa do carro. Só consegui registrar que era um Opala preto e o homem vestia jaqueta de couro preta. Às 5h30 um filme passa na cabeça.”

 Ainda sob o choque do ocorrido, a jornalista prefere manter o anonimato por temer retaliações. “Vivo num país onde criminosos fazem o que querem, estampam valentia amedrontando com armas, colocando a vida de pessoas em risco. Às 5h30 eu poderia ter sido mais uma vítima da violência urbana. Estaria em uma estatística, no Brasil onde vítimas não têm nome, viram números. Às 5h30 e o desejo de chegar segura no trabalho e voltar para casa com tranquilidade.”

Ao final do texto no Facebook, ela pediu pelo fim da intolerância e lembrou dos riscos da liberação da posse de armas de fogo. “E você que apoia liberação de armas de fogo nesse país intolerante, cheio de ódio, de injustiça e impunidade, está na hora de rever os conceitos. Liberar armas no Brasil é promover a carnificina. Não à bancada da bala. Armas são feitas para matar. Às 5h30 e eu poderia não mais existir”, concluiu. Como não conseguiu anotar a placa do veículo, ela não registrou a ocorrência na Polícia Rodoviária.

(RG)


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