Linhas de ônibus têm viagens reduzidas por causa de conflitos no Aglomerado da Serra

A guerra entre quadrilhas rivais pela liderança do tráfico de drogas no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, continua afetando os moradores e os serviços essenciais para a comunidade. Nesta terça-feira, duas linhas que atendem o conjunto de favelas tiveram as viagens reduzidas por causa dos intensos confrontos. O centro de saúde Cafezal, que foi fechado nessa segunda-feira devido a violência, continua de portas fechadas.

Usuários dos coletivos que passam no aglomerado viveram um dia de reclamação e espera. Das 29 viagens programadas para a linha 102, cinco deixaram de ser feitas, enquanto das 41 previstas para a 103, seis foram suspensas. Ainda não há previsão para a normalização do serviço. As outras linhas que circulam pelo local, não foram afetadas. “Foram pequenas alterações por causa do momento. Essa é a primeira vez que acontece isso”, explicou Maurício dos Reis, Sindicato dos Permissionários Autônomos do Transporte Suplementar da Região Metropolitana de Belo Horizonte (SINDPAUTRAS).

Os atendimentos no Centro de Saúde Cafezal continua fechado. Os profissionais de saúde foram transferidos para um anexo no Centro de Saúde São Miguel Arcanjo, unidade que fica numa parte mais policiada. O centro de saúde realiza em média, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), 350 atendimentos diários. Em nota, a secretaria informou que apenas os serviços de Posso Ajudar? e da portaria seguem funcionando.

Um grupo com integrantes da gerência do Centro de Saúde, Nível Central da Secretaria, Secretaria de Administração Regional Centro–Sul, representantes dos trabalhadores, Sindibel, Guarda Municipal e Polícia Militar, foi criado para discutir as medidas. A Secretaria informou que os moradores devem procurar atendimento no anexo Casa Verde, na unidade de apoio do Centro de Saúde São Miguel Arcanjo e também no Centro de Saúde Nossa Senhora de Fátima.

Traficante solto

Apontado pela Polícia Militar (PM) como um dos maiores traficantes de drogas do Aglomerado da Serra, Thiago Augusto Nunes Martins, de 52 anos, detido na semana passada após uma perseguição policial na Região Centro-Sul de BH, não teve a prisão ratificada por falta de provas e foi liberado poucas horas depois de sua detenção pela PM. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta terça-feira.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, no momento da abordagem, além do dinheiro, Thiago não portava drogas e também não havia uma testemunha que confirmasse que ele estava traficando drogas. Assim, não havia elementos para ratificar uma prisão em flagrante por esse delito. A 3ª Delegacia Sul, que também apura a situação no Aglomerado da Serra, instaurou um inquérito para apurar a origem do dinheiro. Conforme a polícia, Thiago deve ser ouvido pelo delegado.