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Estado de Minas

Circuito cultural de BH ganha a atenção de quem ficou na capital neste fim de ano

Praças e parques da cidade também ficaram lotados neste feriado


postado em 28/12/2015 06:00 / atualizado em 28/12/2015 07:30

Túnel do tempo: em visita ao Museu Abílio Barreto, pais e filhos viajam pela história de Belo Horizonte(foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press)
Túnel do tempo: em visita ao Museu Abílio Barreto, pais e filhos viajam pela história de Belo Horizonte (foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press)

Belo-horizontinos que permanecem na capital mineira para as festas de fim de ano estão redescobrindo a cidade. Muita gente está aproveitando a tranquilidade das ruas e do trânsito para ir a museus, parques e praças. Atração é o que não falta. A Praça da Liberdade e o Parque Municipal das Mangabeiras, na Região Centro-Sul, ficaram lotados na manhã de ontem. O Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) e os do Circuito Cultural Praça da Liberdade oferecem programação variada, com muita coisa dedicada às crianças em férias escolares.

O roteiro do representante comercial César Henrique de Araújo Costa, de 38 anos, inclui o Abílio Barreto. O visitante pode conhecer a história de Belo Horizonte sob os aspectos social, cultural, político e histórico. Ontem, César Henrique e sua mulher, a fisioterapeuta Luciana Araújo, de 39, levaram as filhas Marina, de 7, e Manuela, de 4, para conhecer um pouco da história da capital mineira.

“Belo Horizonte fica bem mais tranquila para passear no feriado. A gente encontra várias atrações, principalmente culturais, além das praças e parques. As minhas filhas nasceram e devem crescer em Belo Horizonte. Por isso, acho importante que elas conheçam o passado do lugar onde vivem”, observa César Henrique. A filha mais velha, segundo ele, conseguiu identificar regiões de BH em fotografias antigas e acompanhou as mudanças no cenário ao longo do tempo. “O presente e o passado”, comenta o pai. “Esta casa foi construída pelo distinto curralense senhor Cândido Lúcio da Silveira, em 1883, e é a única intacta que resta do extinto Arraial do Curral Del Rey”, diz a placa logo na entrada do Abílio Barreto.

As meninas ficaram encantadas com o bonde construído no início do século 20, nos Estados Unidos, um dos últimos a andar nos trilhos de BH e que foi retirado de circulação em 1963, quando esse tipo de frota deixou de existir. O elevador da década de 1920, do prédio do antigo Conselho Deliberativo de BH, atual Centro de Cultura, também atrai olhares. A peça foi trazida do Rio de Janeiro para a capital mineira, por ocasião da visita dos reis belgas Alberto I e Elizabeth. O elevador parou de ser usado e estava soterrado no prédio, até ser encontrado durante uma reforma na década de 1960.

O vendedor Carlos Pereira, de 35, conta que saiu de BH aos 18 anos para morar nos Estados Unidos, mas sempre que volta à sua cidade natal gosta de visitar os pontos turísticos, acompanhado da namorada Ercilane Isabel, de 27, que é da cidade. “A gente sempre descobre uma coisa nova em Belo Horizonte. Sempre há uma exposição de arte. É muito bacana. Sem falar da culinária mineira, que é a melhor do mundo”, brinca o vendedor, que também não deixa de visitar a Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul. “Deslumbrante”, avalia. Carlos e Ercilene conheceram um coche, espécie de carruagem do fim do século 19, de tração animal, que circulou pelas ruas do Arraial do Curral del Rey pouco antes da construção da nova capital de Minas. Uma locomotiva da mesma época também está exposta. A“Mariquinha”, como a máquina era conhecida, começou a operar em 1896, ligando o arraial à Estrada de Ferro Central do Brasil.


Trajetória do teatro

Uma exposição no prédio novo do Museu Abílio Barreto conta a trajetória do teatro na capital,  3º Sinal Belo Horizonte em Cena. A professora Solange Giorni, de 55, moradora do Bairro Luxemburgo, Região Centro-Sul, conta que vai ao museu todos os domingos com o marido e a filha de 9 anos. “A gente vem de bicicleta e minha filha aproveita para brincar nos jardins do museu”, diz Solange, que se encantou com os bonecos e figurinos da peça Dom João Carioca e a Corte Portuguesa no Brasil. Para ela, sempre há uma programação para crianças e adultos no museu. “Não existe tédio em BH. Sempre tem alguma coisa boa acontecendo”, garante. O museu ainda oferece uma exposição sobre o tradicional Bairro Santa Tereza, na Região Leste, antiga Colônia Agrícola Américo Werneck, habitada por imigrantes estrangeiros atraídos pelas obras da construção da cidade. Já a exposição fotográfica Se essa rua fosse minha, com trabalhos de Mana Coelho, retrata manifestações e comício pelas eleições diretas, em 1984.

Diversão para todas as idades


No terceiro piso do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, a grande atração é a exposição Zeitgeist – Arte da nova Berlim, com trabalhos da comunidade artística berlinense. A professora Adriana Abreu, de 42 anos, e seu companheiro, o poeta e professor de filosofia Herbert Emanuel, de 52, são do Macapá (AP) e foram visitar a mostra. “Belo Horizonte tem muitos lugares bons para a gente ir”, conta a professora, que já foi ao Palácio das Artes conhecer a mostra Jean-Luc Cinéma Godard, no Cine Humberto Mauro até 12 de janeiro. “A gente adora acordar cedo para conhecer as praças”, disse Herbert. O casal pretende se mudar para BH.

No térreo do CCBB, crianças e adultos se divertem. A empresária Maria Cristina Martins da Costa Neves, de 57, e a filha, a engenheira civil Daniela Martins, de 28, escreveram seus desejos para 2016 em fitas que vão ornamentar os estandartes de cortejos marcados para 6 a 10 de janeiro dentro do prédio histórico onde funciona o CCBB, inspirados na Folia de Reis. “Levantamos cedo para ir à missa. Depois, viemos para a Praça da Liberdade e pretendemos ir ao café do museu”, disse a empresária. “A Praça da Liberdade tornou-se uma referência cultural em todo o Brasil. Antes, eu sentia muita falta de uma programação cultural, como no Rio de Janeiro e São Paulo, mas agora Belo Horizonte está muito bacana”, disse a filha, lembrando o Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Grande BH, sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina.

Diversão é garantida também para as crianças no CCBB. A serventuária da Justiça Érica Tassi, de 49, levou duas sobrinhas, de 4 e 8 anos, e os dois filhos, de 7 e 10, a uma oficina de máscaras. Eles próprios montaram suas máscaras sobre um molde. “Há uma variedade cultural na cidade. A gente sempre gostou de visitar museus e as crianças adoram”, disse Érica, que planeja conhecer o Inhotim.

PRAÇAS E PARQUES

O bancário Rodrigo Cornélio, de 33, mora a poucos quarteirões da Praça da Liberdade e não se cansa de visitar o complexo paisagístico e arquitetônico que é síntese dos estilos que marcam a história da capital. Agora, ele tem uma companheira inseparável em seus passeios, a filha Olívia, de 1. “Uma boa opção para quem não viajou no fim de ano é frequentar esta praça. Mesmo morando perto, ainda não tive tempo de ver a decoração de Natal, pois a praça fica muito cheia de gente à noite. Vou esperar esvaziar um pouco para trazer a Olívia”, decidiu o bancário.

O empresário Vinícius Coelho Fernandes, de 48, escolheu o Parque Municipal das Mangabeiras, na Região Centro-Sul, para levar cunhados, filhos e sobrinhos, um total de sete crianças. “O parque é muito gostoso. Sempre venho com os meus filhos de 10 e 11 anos para jogar bola nas quadras daqui. E a paisagem é ímpar”, disse o empresário. A caçula dele, de 7 meses, já frequenta o lugar desde que nasceu. “O parque tem restaurante, lanchonete, quiosques, água de coco e milho verde, que as crianças adoram”, disse Vinícius, lembrando que a mata abriga quatis e micos. Gabriel, de 11, até brincou com os peixes do lago, que já são familiarizados com os visitantes.

PARA QUEM FICA, AONDE IR EM BH


Museu Histórico Abílio Barreto
. Avenida Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim

O museu, criado em 1943, funciona em imóvel construído em 1883, único intacto que resta do extinto Arraial do Curral Del Rey. O espaço retrata BH em vários aspectos: social, cultural, político e histórico. O visitante ainda pode conhecer a exposição fotográfica Se essa rua fosse minha, com registros das manifestações e do comício das Diretas Já, em 1984. Outra exposição em cartaz é a 3º Sinal Belo Horizonte em Cena, sobre a trajetória do teatro na cidade. Funcionamento: Terça, sexta, sábado e domingo, das 10h às 17h; quarta e quinta, das 10h às 21h; fechado às segundas. Entrada gratuita.

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
. Praça da Liberdade, 450, Lourdes

A exposição Zeitgeist – Arte da Nova Berlim, no terceiro piso, reúne pela primeira vez no Brasil um panorama consistente da comunidade artística da cidade alemã. A mostra traz pinturas, fotografias, videoarte e performance. No térreo, acontece a sétima edição da Seleção Brasil em Cena, com leituras dramatizadas. Também há atividades educativas até o dia 31. Entrada gratuita.

Museu das Minas e do Metal
. Praça da Liberdade, s/nº

Horário de funcionamento estendido até o dia 30, de terça a sábado, das 12h às 22 h, e no domingo, das 12 às 20 h. Nos dias 31 e em 1º de janeiro de 2016, o museu não abrirá ao público. A Exposição Lendas e Aparições, do artista francês Daniel Hourdé, apresenta ao público um conjunto de oito esculturas em bronze, desenhos, pinturas e instalações que evidenciam o trabalho intenso e impactante do artista. Até 10 de janeiro. Entrada Gratuita.

Centro de Cultura Minas Tênis Clube
. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes

Abriga até 14 de fevereiro a exposição Horizonte moderno, que apresenta para o público a modernização da capital mineira entre as décadas 1920 e 1940. A primeira peça exposta na galeria é um mapa de Aarão Reis, do início da construção de Belo Horizonte, fundada em 1897. A exibição tem telas, esculturas, documentos, manuscritos, fotografias e vídeos. Funcionamento de terça a sábado, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h. Nos dias  31 e 1º de janeiro, o espaço funcionará das 11h às 19h. Entrada gratuita.

Palácio das Artes
. Avenida Afonso Pena, Centro

Mostra de cinema Jean-Luc Cinéma Godard, até 12 de janeiro, no Cine Humberto Mauro. A programação abrange mais de 60 anos de carreira do cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, conhecido por privilegiar questões existenciais, relações humanas e subverter a narrativa clássica do cinema em seus filmes.

CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais

. Avenida Afonso Pena, 737, na Praça Sete

Recebe a exposição Os Adeuses. Entre os anos de 1957 e 1963, o fotógrafo espanhol Alberto Martí registrou crianças, adultos e idosos deixando a Galícia, comunidade autônoma espanhola, com destino aos países da América, especialmente Venezuela e Brasil. A exposição vai até 27 de fevereiro.

Parque Municipal das Mangabeiras

. Avenida José do Patrocínio Pontes, 580, Mangabeiras

Funciona de terça a domingo e feriados, das 8h às 18h. Desde 15 de dezembro e até o final do verão, em março, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro, terá seu horário de funcionamento estendido, das 6h às 20h. Vários outros parques estão desde novembro funcionando das 8h às 20h. Na segunda-feira, todos os parques municipais fecham para manutenção e limpeza. Entrada gratuita. Estacionamento pago.

Mercado Central de BH
. Avenida Augusto de Lima, 744, Centro

Com horário especial neste fim de ano. Hoje, das 7h às 19h.  Amanhã, das 7h às 19h. Quarta, dia 30, das 7h às 19h. Quinta, dia 31, das 7h às 18h. O local é ponto turístico e de encontro de belo-horizontinos há mais de oito décadas. Restaurantes e bares oferecem comidas típicas e há uma variedade de produtos à venda, como artesanato. Entrada gratuita. Estacionamento pago.


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