O Ministério da Saúde divulgou no início da noite desta quinta-feira o resultado do primeiro exame realizado no paciente com suspeita de ebola, que foi atendido nessa quarta-feira em Belo Horizonte e transferido para o Rio de Janeiro. Apesar de o resultado ter sido negativo para ebola e positivo para malária, ainda é cedo para comemorar. Protocolos internacionais determinam que novo exame deve ser feito em até 48 horas e só depois de um segundo resultado negativo é que se pode descartar a doença. A coleta da nova amostra de sangue será realizada e o novo resultado deverá sair no sábado.
EXAME O material coletado do paciente foi analisado pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Segundo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, é considerado suspeito todo caso onde a pessoa tenha passado por área afetada pelo ebola e que apresente quadro febril até 21 dias após deixar a área, período considerado como limite máximo para incubação da doença.
O paciente continua internado, em bom estado geral e em isolamento no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Segundo boletim médico, o paciente apresentou resultado positivo para teste de malária e segue com tratamento para a doença, que é muito frequente no continente africano. Caso o segundo exame apresente resultado negativo, o paciente será retirado do isolamento e os 95 contactantes deixam de ser monitorados.
O paciente é um brasileiro de 46 anos que esteve na Guiné (África) e retornou ao Brasil no dia 6 de novembro. No dia 8, ele começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Imediatamente após a identificação da suspeita, foi isolado na unidade e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de Ebola. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte comunicou à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério da Saúde. E ainda na madrugada dessa quarta-feira, o Ministério da Saúde comunicou à Organização Pan-Americana de Saúde em Washington e à Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil.
Ele foi transportado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ), referência nacional para casos de Ebola, seguindo protocolo de segurança. A transferência foi feita por avião da Força Aérea Brasileira, com uma equipe do Samu DF composta por três profissionais (dois médicos e um enfermeiro), e em seguida em ambulância do Samu do Rio de Janeiro, equipada de acordo com os protocolos para atender casos suspeitos de Ebola.
O Ebola é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade de aproximadamente 50%. Foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão. A origem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeiros prováveis do vírus ebola.
A pessoa infectada só transmite o vírus quando apresenta os sintomas. O ebola só é transmitido pelo contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes. Para preservar a privacidade do paciente, seu nome não será divulgado.
