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Estado de Minas

Paciente com suspeita de ebola internado em BH será levado para o Rio de Janeiro

O homem, que é brasileiro de 46 anos, estava em Guiné, na África e começou a sentir sintomas da doença dois dias depois de retornar ao Brasil. UPA Pampulha segue fechada


postado em 11/11/2015 13:50 / atualizado em 11/11/2015 20:23

Paciente foi levado da UPA Pampulha para o para o Hospital Eduardo de Menezes(foto: Divulgação)
Paciente foi levado da UPA Pampulha para o para o Hospital Eduardo de Menezes (foto: Divulgação)

O paciente que foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pampulha com suspeita de infecção de ebola será transferido nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O homem, que é brasileiro e tem 46 anos, estava em Guiné, na África, e começou a sentir sintomas da doença dois dias depois de retornar ao Brasil. Ele só procurou atendimento na noite dessa terça-feira. A unidade de saúde segue fechada por tempo indeterminado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

O paciente chegou de Guiné em 6 de novembro deste ano. Dois dias depois começou a sentir febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Às 20h dessa terça-feira, ele deu entrada na UPA Pampulha. Segundo o Ministério da Saúde, quando foi verificada a suspeita de contaminação por ebola, o paciente foi isolado e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o governo foram avisados sobre o caso. Essas medidas estão dentro do protocolo nacional estabelecidos para este tipo de situação.

Por volta das 13h20, o paciente deixou a UPA Pampulha e foi levado de ambulância para o Hospital Eduardo de Menezes, localizado no Bairro Bonsucesso, na Região do Barreiro. Na transferência, os funcionários usaram roupas especiais para evitar o contágio. Segundo o Ministério da Saúde, o homem será transferido ainda hoje para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ), referência nacional para casos de ebola. A medida também faz parte do protocolo de segurança. Ainda não há horário para a transferência.

Todos os pacientes e profissionais da unidade que tiveram contato com o homem foram orientados e estão sendo monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde.

Outras suspeitas

Outros casos suspeitos da doença já foram registrados em Minas Gerais, mas nenhum confirmado. A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ficou fechada por cinco horas em abril deste ano. A situação causou pânico entre os moradores depois que o paciente, que seria da cidade e havia chegado recentemente de uma viagem para Angola, na África, fugiu depois de receber os cuidados médicos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) descartou a doença e informou que o morador está com sintomas de dengue e malária.

Em outubro do ano passado, um paciente deu entrada no Hospital São Sebastião, em Viçosa, também na Zona da Mata, com sintomas da doença. Ele chegou a ficar isolado por quatro horas. No entanto, tratava-se de um alarme falso e a suspeita foi descartada pelas secretarias de Saúde do estado e do município. O jovem de 24 anos, que não teve o nome divulgado, participou de um congresso nos Estados Unidos. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), durante 15 dias, ele passou pelas cidades de Nova York, Chicago e Dallas. Em um albergue, teve contato com um grupo de pessoas do Senegal, que não apresentavam indícios de doença. Ao retornar a Viçosa, ele apresentou febre alta, dor de garganta e erupções na pele. Não passou disso.

Em novembro, o susto ocorreu em Belo Horizonte. Um chileno de 41 anos desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, num voo vindo de Salvador. Ele passou mal durante a viagem e informou aos comissários de bordo a suspeita de estar com ebola. Imediatamente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi acionada e, quando a aeronave pousou, uma equipe já estava a postos para entrar no avião. A doença foi logo descartada. O que era ebola se transformou numa simples diarreia.

O vírus ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual República Democrática do Congo), e, desde então, tem produzido vários surtos no continente africano. Esse vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos. Em seres humanos o período de incubação pode variar de dois a 21 dias. Há cinco espécies de vírus, sendo o Zaire ebolavírus o que apresenta a maior letalidade, geralmente acima de 60% dos casos diagnosticados.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mais recente surto, registrado em 2014, foi o maior desde que a doença apareceu pela primeira vez. Ao longo dos primeiros sete primeiros meses da epidemia,o surto atingiu Guiné, Libéria e Serra Leoa. A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma das maiores especialistas em ebola no mundo, mobilizou mais de 3.300 profissionais e montou seis centros de tratamento na África. Juntos, os centros receberam mais de 4,9 mil pacientes, dos quais cerca de 3,2 mil foram confirmados com a doença. Entre essas pessoas, aproximadamente 1,1 mil sobreviveram.


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