O corpo do ex-deputado e conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Elmo Braz, de 72 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira no Cemitério Municipal de Descoberto, na Zona da Mata, terra natal dele. Dezenas de políticos e amigos de várias regiões do país acompanharam o cortejo fúnebre, que deixou a Câmara Municipal, onde o corpo foi velado, e prestaram suas últimas homenagens.
Por volta das 18h30 de domingo, o ex-deputado saía de sua fazenda em Guarani, município vizinho de Descoberto, pilotando o seu helicóptero PPBAO Robson 44 para um voo panorâmico na região. A aeronave ficou descontrolada e caiu em uma lagoa dentro da propriedade. A namorada dele, Lídia Cerqueira Cavalcanti, de 26, estava como passageira. Ela conseguiu nadar e sobreviveu.
Segundo um parente do deputado, que pediu para não ser identificado, Elmo Braz se aposentou e foi morar na fazenda onde aconteceu o acidente. A namorada dele é de Juiz de Fora, também na Zona da Mata, e o visitava. “Ele também tinha uma casa na cidade, mas ficava mais na fazenda. O enterro dele teve muitas crianças, pois ele sempre levava as pessoas mais humildes para passear de helicóptero”, conta o parente.
Nesse domingo, mais de 20 helicópteros pousaram na propriedade do Elmo Braz, com pessoas que foram para o sepultamento. “Estamos todos muito abalados com essa tragédia. Ele gozava de boa saúde”, lamenta o parente. Segundo ele, Elmo Braz deixou um único filho, de 42 anos, dono de uma renomada empresa de segurança particular em Belo Horizonte. “Elmo era um político muito digno e não gostava de ostentar o poder. Muita gente votava nele pela pessoa boa que ele era”, disse o parente.
O helicóptero do ex-deputado tinha acabado de passar por revisão em Belo Horizonte, segundo o familiar. “O problema foi que ao decolar a hélice traseira bateu numa pequena palmeira e ficou descontrolada. A casa na fazenda dele fica no meio de um lago, numa espécie de ilha, e ele achou que pudesse chegar do outro lado e pousar no gramado. Ele era um ótimo piloto. Mesmo assim, tinha um piloto particular”, conta o homem.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Ubá, a namorada de Braz, contou que o casal embarcou na aeronave para um sobrevoo sobre a Fazenda Cachoeira Alegre e o dia ainda estava claro, com tempo bom. Mas logo que levantaram voo, o helicóptero começou a trepidar e a balançar. Houve uma manobra para trás e Braz perdeu o controle da aeronave que, em seguida, começou a perder altitude, batendo em uma palmeira. O helicóptero passou por cima da casa, que fica numa espécie de uma ilha, e caiu dentro de uma lagoa a cerca de 30 metros da sede.
A namorada conseguiu abrir o cinto de segurança dela e o do ex-deputado. Os dois ainda conversaram. Ela conseguiu sair pelo para-brisa quebrado e nadar. Achou que Elmo a acompanharia, mas tudo indica que ele teve dificuldade, por ter um problema na perna. Lídia foi encaminhada a um hospital de São João Nepomuceno, com um corte no pé.
O corpo de Elmo Braz foi resgatado na madrugada de ontem por bombeiros de Ubá. Uma equipe do Cenipa do Rio de Janeiro era aguardada na cidade para acompanhar os bombeiros na retirada do helicóptero do lago, que será periciado. As causas do acidente serão apuradas.
Elmo Braz foi eleito vereador por dois mandatos em Belo Horizonte, chegando à vice-presidência da Câmara de BH. Também foi deputado estadual. Em 2000, renunciou ao mandato de deputado para tomar posse como conselheiro do TCE e chegou à presidência em 2007, antes de se aposentar em 2011.
(Com informações de Paula Carolina e Cristiane Silva)