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Estado de Minas

Tradição da fita de couro benta leva fiéis a paróquia em BH

A Paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia foi criada em 1962 e, desde então, as pessoas chegam à igreja para agradecer, colocando a correia no pulso ou guardando-a na carteira ou na bolsa


postado em 16/10/2015 11:00 / atualizado em 16/10/2015 08:04

Cláudio Mateus e Júnior agradecem pela vida a Nossa Senhora da Conceição e Correia(foto: Sidney Lopes/EM/DA Press)
Cláudio Mateus e Júnior agradecem pela vida a Nossa Senhora da Conceição e Correia (foto: Sidney Lopes/EM/DA Press)

De mãos dadas e olhos fixos na imagem de Nossa Senhora, Cláudio Mateus de Camargos, de 45 anos, e Cláudio Mateus de Camargos Júnior, de 16, cumprem uma tradição que, para o pai, representa o milagre da vida do filho caçula. Pouco depois de nascer, o bebê ficou internado no hospital durante 33 dias, levando muito sofrimento a Cláudio e à mulher, Magna, residentes em Martinho Campos, na Região Centro-Oeste de Minas. “Começou com uma gripe, evoluiu para pneumonia e culminou num derrame pleural”, recorda-se o pai.

Foi naqueles dias que o casal ganhou de “dona Mercês, casada com meu primo José Geraldo”, uma fita de couro benta na festa de Nossa Senhora da Consolação e Correia, celebrada na Semana Agostiniana, em Belo Horizonte, quando se homenageiam Santa Mônica (27 de agosto), Santo Agostinho (28) e Nossa Senhora da Consolação e Correia (4 de setembro). “Na primeira noite, pusemos a correia no berço dele e já houve melhora”, afirma Cláudio, que trabalha como notário registrador num cartório local.

“Não tenho dúvida de que a cura foi milagre de Deus. Algo inexplicável”, resume o pai, enquanto ouve as palavras de fé e esperança do frei Luiz Antônio Pinheiro, titular da Paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da capital. “Somos eternamente gratos e, como fizemos nos últimos 16 anos, vamos continuar vindo aqui. Foi um acontecimento muito especial”, afirma Cláudio, recebendo em troca o sorriso de confiança do adolescente.

Frei Luiz explica que, conforme ensinou Santo Agostinho, milagre é “todo acontecimento maravilhoso ligado à fé de quem reconhece a graça de Deus”. A respeito dos relatos de cura milagrosa de doenças e de outras graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora e dos santos, ele diz que o mais importante está na recuperação da fé e percepção de que Deus se manifesta em todas as realidades da vida. “A pessoa que percebe cada acontecimento tem a presença de Deus, valoriza a maravilha da vida”, afirma o frei agostiniano.

A paróquia de BH foi criada em 1962 e, desde então, as pessoas chegam à igreja para agradecer, colocando a correia no pulso ou guardando-a na carteira ou na bolsa. Nos últimos 53 anos, Elza Alves da Silva, de 79, participa das cerimônias da bênção e, como prova da fidelidade católica, guarda sua primeira correia. Em casa, no Bairro Santa Inês, na Região Nordeste de BH, ela conta que transmitiu o costume à filha Eliana Maria da Silva, professora. “Já conquistei muitas graças, comprei minha casa, criei minha família e sou casada há 60 anos”, orgulha-se Elza.

SANTUÁRIOS  A origem da tradição da fita de couro está na história de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, para quem Nossa Senhora teria aparecido e lhe dado a correia que carregava na cintura, a fim de consolá-la pela recente viuvez e pelos desvarios do filho. Já na antiga Judeia, conforme os estudos, era costume as mulheres andarem com as tiras de couro simbolizando a virgindade. Para os católicos, é ainda um sinal de conforto para os aflitos, força para famílias desagregadas e de alento para quem perde a esperança.


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