
Morador de Ponte Nova, na Zona da Mata, Gabriel completaria 18 anos nesta quinta-feira. A data, no entanto, representa dor e agonia para a família do menor. Um tio do adolescete, que prefere não se identificar, disse que o silêncio das autoridades aumenta o sofrimento dos parentes. "Nós estamos muito mal porque não tem resposta nenhuma", lamentou.
O tio voltou a rechaçar que o sobrinho tenha consumido drogas no dia da calourada. Segundo ele, um exame de necropsia descartou essa hipótese, que foi comentada à época do crime. "Não tem motivo para tirar a vida do menino. Ele não tinha rixa com ninguém e nem envolvimento com o tráfico".
Outra questão que intriga os familiares é o fato de nada ter sido roubado da vítima no dia do crime. “O que ele tinha de mais valioso era um telefone, que não foi levado”, ressaltou o tio, que não descarta que o homicídio tenha sido premeditado. Ele, no entanto, prefere não apontar suspeitos.
Para a família, a entrada do adolescente na festa com uma identidade falsificada não tem ligação com o assassinato. Um advogado de Belo Horizonte foi contratado para acompanhar o caso e, segundo o tio de Gabriel, o profissional tem encontrado dificuldade para ter acesso às informações. "A gente acredita na polícia, mas o que nos deixa impacientes é a falta de respostas", desabafou.
MAIS PRAZO O delegado Felipe Fonseca Peres, responsável pelas investigações, ganhou mais 90 dias para concluir o inquérito. A prorrogação do prazo teve autorização da Justiça, porém o motivo do pedido não foi informado. Essa é a quarta vez que o período para conclusão das investigações sofre alteração.
Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, novas testemunhas foram ouvidas nessa semana e o delegado realizou novas diligências a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A corporação informou ainda que por enquanto o delegado não vai divulgar detalhes do caso.
A polícia trata a morte do adolescente como homicídio e descartou a hipótese de latrocínio - roubo seguido de morte. O delegado prefere não divulgar nomes de suspeitos, mas ouviu depoimentos como o de uma jovem de 19 anos.
Testemunhas afirmam que Gabriel tinha relacionamento afetivo com a menina, que não era considerado namoro. Ambos teriam sido vistos juntos na festa.
No início das investigações, o delegado Felipe Peres chegou a afirmar que a morte do menor foi violenta e sem relação com consumo de álcool ou entorpecentes.
