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Estado de Minas

Criticado, Hospital Odilon Behrens nega corte de leitos

A mudança foi explicada ontem pela superintende do HOB, que descarta redução de leitos e fala em reestruturação do serviço. Funcionários do Odilon mantêm críticas ao novo modelo e questionam o que consideram perda de cinco leitos


postado em 09/09/2015 06:00 / atualizado em 09/09/2015 07:24

Corredores do pronto-atendimento do Odilon Behrens: hospital vai transferir parte de seus leitos de emergência para a UPA Noroeste(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Corredores do pronto-atendimento do Odilon Behrens: hospital vai transferir parte de seus leitos de emergência para a UPA Noroeste (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Reestruturação do setor de emergência do Hospital Odilon Behrens (HOB), com transferência de parte dos leitos de alta complexidade para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Noroeste – anexa ao hospital – vai exigir transferência de pacientes graves, via ambulância e por um trecho de 30 metros, por falta de serviços na unidade de menor porte. Com a abertura da UPA, prevista para receber o primeiro atendimento até o fim do mês, 10 dos 22 leitos de emergência do Odilon serão transformados em centros de tratamento intensivo (CTIs) e apenas sete – dos 12 restantes – serão mantidos para emergência. Cinco deixarão de existir no hospital. Os que permanecem vão se somar a outros oito do mesmo tipo, que serão abertos na UPA. A mudança foi explicada ontem pela superintende do HOB, Paula Martins, que descarta redução de leitos e fala em reestruturação do serviço. “Eram 12. Agora serão 15. Além disso, vamos qualificar o atendimento com mais leitos de CTI, que com os 30 existentes, vão chegar a 40”, disse.

Ainda assim, funcionários do Odilon mantêm críticas ao novo modelo e questionam o que consideram perda de cinco leitos. “A UPA não tem todas as condições para atender um paciente grave. Transportar um paciente com risco de morrer pode custar a vida dessa pessoa ou deixá-la com sequelas para o resto da vida”, afirma o médico Leonardo Paixão, funcionário da emergência do HOB. A transferência de pacientes da UPA Noroeste para o Odilon será necessária nos casos em seja preciso realização de tomografias, como ocorre com pacientes infartados, ou de cirurgias, já que a unidade nova não conta com o aparelho que faz o exame nem com bloco cirúrgico.

“Na emergência, a primeira hora é chamada de hora de ouro. Se o paciente vai ser transferido, há risco de ele morrer por falta de cuidado adequado ou ficar com sequelas por demora no atendimento”, afirma o médico. Ele diz ainda que a falta de vagas na emergência do Odilon, para receber a transferência, pode traçar o futuro desse paciente. “Como garantir que haverá leitos de CTI ou disponibilidade no bloco para atendimento imediato. No sábado, Leonardo foi um dos profissionais que protestaram contra as mudanças. Os funcionários fizeram um ato no hospital apontando as perdas no setor de emergência. Leonardo afirma ainda que pode haver interesses econômicos por trás da mudança, já que a UPA tem parcela maior de financiamento federal, proporcionalmente, em relação ao hospital.

Dados repassados pela superintendência do HOB mostram que o custo mensal do Odilon chega a R$ 22 milhões, sendo que R$ 1,5 milhão é proveniente da União. Já na UPA, 25% do custeio terão os cofres públicos federais como financiador: dos R$ 2 milhões investidos mensalmente, R$ 500 mil são do governo federal. Segundo o médico, os profissionais estão montando uma comissão para apurar a mudança. Membros do grupo, ainda em formação, devem fazer uma visita à unidade na sexta-feira.

Já a superintendente do HOB rebate as críticas. Segundo ela, a UPA tem todas as condições de atender bem os pacientes graves que chegarem à unidade e que as transferências, quando necessárias, não vão gerar prejuízos. “A rede é única, integrada. Os protocolos de atendimento são os mesmos e os profissionais que vão atender na UPA fazem parte da equipe do Odilon”, afirma. Ainda segundo ela, a mudança na emergência representa uma qualificação do serviço, com capacidade de atender melhor e com maior estrutura os pacientes que precisam de cuidados intensivos. “Esta é uma ampliação do cuidado médico. Não há nenhum remédio, material ou profissional que exista na emergência do Odilon que não vá ter na UPA”, afirma Paula Martins. Ela destaca ainda o ganho no setor de pediatria, que terá aumento de 100% de espaço. Permanecem também no HOB, os serviços de neurologia, neurocirurgia e cirurgia vascular.

Unidades que funcionam no sistema “porta-aberta”, ou seja, atendem moradores de outras regionais e até de outros municípios, as Upas têm recebido uma demanda maior de pacientes do interior nos últimos cinco meses, o que aumentou o fluxo de atendimento em 40%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Isso ocorreu, segundo a pasta, porque outras cidades, principalmente do entorno de Belo Horizonte, têm apresentado problemas na cobertura de atendimento à população, com fechamento de hospitais e unidades de pronto atendimento.

Ainda segundo a secretaria, Belo Horizonte conta com 755 leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) adulto e infantil na rede SUS. Em 2011, eram 716.


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