
Na madrugada de ontem, na tentativa de cumprir à risca a recomendação da Lei Seca, um grupo de 13 pessoas, entre amigos e parentes, foi a uma festa de formatura e alugou uma van para voltar para casa com segurança. No entanto, por volta das 5h, quando o veículo descia a Avenida Nossa Senhora do Carmo, na altura do Bairro São Pedro, o comerciante colombiano César Augusto Martinez Loaiza, de 29 anos, que subia a avenida sentido bairro em um Daewoo Lanos, bateu na lateral do automóvel de passageiros, que tombou, matando o engenheiro Daniel de Oliveira Lacerda, de 40. O causador do desastre fugiu do local.
A colisão ocorreu quando o grupo, que seguia no sentido Centro, atravessava a avenida para acessar a Rua Rio Verde. De acordo com informações de testemunhas, o veículo do colombiano seguia em alta velocidade e não respeitou o sinal de trânsito, batendo na lateral da van. “Com a batida, o veículo que transportava o grupo tombou na pista. As pessoas tiveram que sair pelas portas e janelas. Porém, o passageiro que estava no banco de trás ficou com a cabeça presa”, conta o segundo-tenente Lipovetsky, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

FUGA Com a batida, o automóvel do colombiano pegou fogo. “Testemunhas nos disseram que, na colisão, Loaiza saiu do carro que dirigia e pegou um táxi, sem prestar socorro às vítimas”, conta Lipovetsky. No entanto, o estrangeiro voltou ao local da batida, antes da chegada dos bombeiros e depois de andar mais de 40 minutos de táxi pelo Centro de BH – a corrida ficou em R$ 70. Ele teria ido conferir o estado do próprio carro, conforme disse aos militares. Quando retornou, pessoas que estavam dentro da van e pedestres tentaram agredi-lo. “Quem o reconheceu foi um guardador de carros. Ele saiu correndo, e nós, que passávamos no momento, o detivemos”, conta o guarda municipal James de Souza. Segundo ele, o colombiano confessou o crime de trânsito. Ele chegou a fazer o teste de bafômetro, que apontou 0,38 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Índice acima de 0,34 mg/l é considerado crime de trânsito.
Em depoimento à polícia, disse que estava em uma boate no Bairro São Pedro que saiu de lá no carro com três amigos, quando bateu na van. O colombiano, que de acordo com seu pai, também comerciante, está em BH há quatro anos, não conseguiu dizer por que bebeu e dirigiu. “Ele afirma que não consegue se lembrar direito do que ocorreu. Falou que voltou para buscar o carro e quiseram linchá-lo”, conta o delegado do Detran Pedro Ribeiro de Oliveira Sousa, que tomou o depoimento do condutor. César foi indiciado por homicídio culposo, com crime de embriaguez e omissão de socorro. A polícia agora procura os outros três passageiros, que também responderão por omissão de socorro. Na delegacia, cobrindo o rosto, Loaiza exalava cheiro de álcool, e confessou ter bebido vodca.
MAIS ACIDENTES A poucos quilômetros do acidente na Nossa Senhora do Carmo, na chamada Curva do Ponteio, na BR-356, Emilson Rodrigues Lima de Oliveira, de 32 anos, capotou o carro que dirigia, ao bater na mureta da via, na madrugada de ontem. De acordo com militares, o motorista voltava de uma festa no Jardim Canadá e tinha bebido – o teste do bafômetro apontou 0,68 miligramas por litro de ar expelido. Ele sofreu cortes na boca e teve que levar seis pontos antes de ser levado à delegacia do Detran.
Na manhã de sábado, o engenheiro Armando Xavier de Amorim, de 33, perdeu o controle da direção e bateu o carro no canteiro central da Avenida Afonso Pena, na altura da Praça Tiradentes. Com sintomas de embriaguez, Armando descia a avenida no sentido Centro e, com a batida, que derrubou uma árvore, o motoboy Leandro Reis, que estava na mesma pista, foi atingido e caiu da moto. Ninguém se feriu. Armando se negou a fazer o teste do bafômetro e foi levado à delegacia, onde teve a carteira de habilitação apreendida

