
As ações dos amigos ganham visibilidade nas redes sociais e, considerando a tendência de crescimento dos roubos na capital, que nos sete primeiro meses de 2015 subiu 15,5% na comparação com igual período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), com 20.111 casos, a iniciativa vai se tornar comum. Nos esforços para arrecadar recursos, são sorteadas camisas de clubes, vales-compras, bicicletas, entre outros prêmios, que servem de apelo para que as pessoas desembolsem quantias entre R$ 5 a 10 por cada bilhete.
Elizabeth Oliveira não teve dúvidas de lançar mão do artifício para ajudar sua amiga, que ela prefere preservar o nome para evitar constrangimentos junto à Caixa, que administra as lotéricas.”O seguro cobre só R$ 7 mil, pois o estabelecimento é blindado. Só que os três ladrões entraram pelo alto e levaram grande quantia em dinheiro e os produtos à venda. O pior, é que o banco determinou o fechamento da lotérica, única fonte de renda da família”, explicou.

NA MÚSICA Acostumado a levar a alegria para pistas de dança, o DJ Seu Muniz, ou Marcos Paulo Muniz, de 43, viu apagar seu costumeiro sorriso, depois que teve seus equipamentos de trabalhados levados por dois assaltantes. “Era uma noite de sexta-feira de julho, e eu tinha saído de uma casa noturna no Carmo Sion (Centro-Sul de BH). Andei três quarteirões para pegar um táxi e surgiram os dois homens que tomaram tudo. Foi um prejuízo de R$ 6 mil, incluindo o cachê”, contou.
Na noite seguinte, com equipamentos emprestados ele estava animando a pista de outro estabelecimento. “Foi minha pior apresentação. Não consegui esconder o clima pesado”. Os amigos então trataram de animá-lo, se dispondo ajudá-lo. A psicóloga Carol Campos, amiga que Muniz fez nas noites tocando na Savassi, se encarregou de promover uma rifa de um vale-compras de R$ 400, com mil bilhetes, a R$ 5 cada.
“Quem tem amigo nunca fica sozinho. O que era uma situação inicialmente triste, teve o rumo mudado com a solidariedade dos amigos que me ofereceram todo tipo de carinho. A rifa vai recuperar uma boa parte do prejuízo. Mas não ficou só nisso, pois os locais em que trabalho têm organizado festas para arrecadar dinheiro para mim”, destacou Muniz, que se surpreendeu com o grande número de pessoas que o tem ajudado, nem que seja comprando bilhetes da rifa.
