A tintura de carros, retificação de motores e lubrificação de peças ocorre num terreno aberto de uma oficina às margens da BR-381, um quintal onde carcaças de veículos enferrujam expostas ao tempo. A cada chuva, os componentes tóxicos da decomposição dessas pilhas de veículos escorrem com a água para o Ribeirão Santa Bárbara, um dos principais afluentes do Rio Piracicaba. Não bastasse isso, o esgotamento de produtos e de uso sanitário do estabelecimento é canalizado por um cano de PVC e despejado diretamente no manancial a poucos metros da ponte. Estabelecimentos como esse, sem disposição adequada de resíduos, engrossam a poluição que flui da estrada diretamente para córregos, nascentes e rios, uma vez que o projeto antigo não prevê drenagens com reservatórios para graxas, óleos e cargas derramadas.
“Poucas estradas têm sistemas de contenção eficientes, caixas de contenção para segurar derramamentos como óleos e químicos. Uma das poucas que contam com isso é o Rodoanel Norte de São Paulo, que foi construído dotado de caixas que aparam tudo que é derramado no asfalto. É um sistema que deveria ser mais disseminado para minimizar contaminação de água, acidentes e derramamentos de combustível e lubrificantes do próprio tráfego”, afirma o biólogo e consultor em gestão ambiental, Rafael Resck.