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Estado de Minas

Poluição tóxica que flui das estradas ameaçam afluente do Rio Piracicaba

Lixo tóxico deixado às margens das rodovias escorrem com a água para o Ribeirão Santa Bárbara. Componentes se acumulam em mananciais e prejudicam biodiversidade


postado em 16/08/2015 06:00 / atualizado em 16/08/2015 08:06

A tintura de carros, retificação de motores e lubrificação de peças ocorre num terreno aberto de uma oficina às margens da BR-381, um quintal onde carcaças de veículos enferrujam expostas ao tempo. A cada chuva, os componentes tóxicos da decomposição dessas pilhas de veículos escorrem com a água para o Ribeirão Santa Bárbara, um dos principais afluentes do Rio Piracicaba. Não bastasse isso, o esgotamento de produtos e de uso sanitário do estabelecimento é canalizado por um cano de PVC e despejado diretamente no manancial a poucos metros da ponte. Estabelecimentos como esse, sem disposição adequada de resíduos, engrossam a poluição que flui da estrada diretamente para córregos, nascentes e rios, uma vez que o projeto antigo não prevê drenagens com reservatórios para graxas, óleos e cargas derramadas.

“Poucas estradas têm sistemas de contenção eficientes, caixas de contenção para segurar derramamentos como óleos e químicos. Uma das poucas que contam com isso é o Rodoanel Norte de São Paulo, que foi construído dotado de caixas que aparam tudo que é derramado no asfalto. É um sistema que deveria ser mais disseminado para minimizar contaminação de água, acidentes e derramamentos de combustível e lubrificantes do próprio tráfego”, afirma o biólogo e consultor em gestão ambiental, Rafael Resck.


De acordo com o Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais, os acidentes rodoviários são a maior causa de ocorrências de contaminação ambiental combatida pelo órgão. Só no ano passado foram 109 ocorrências de vazamentos de cargas e combustíveis que precisaram ser contidas, contra 76 incidentes que envolveram a indústria, barragens e ferrovias, por exemplo. Mais uma vez a BR-381 se destaca, com 27 ocorrências, representando 25% do problema. Apesar de não parecer tão grave quanto o derramamento de produtos químicos, os vazamentos de combustíveis também trazem impactos devastadores, sobretudo para a vida aquática. “Óleos e graxas (de combustíveis e lubrificantes) são substâncias de difícil depuração. Vão se acumulando e impedem a troca de oxigênio entre a água e o ar, isolando tudo ao se concentrar na superfície, o que é muito prejudicial para os peixes e para toda a biota aquática”, alerta Resck.


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