
A invasão dos insetos começou há aproximadamente três semanas, segundo os moradores. A situação mudou a rotina das famílias. “O pessoal está horrorizado. Aqui em casa nunca teve. Agora, às 16h, tenho que fechar as janelas. Estou usando raquetes, mas eles já conhecem, são inteligentes”, brinca a moradora Rejane Alves Costa Ávila. Por meio das redes sociais, moradores compartilham reclamações e possíveis soluções para acabar com o problema. “Temos tomado muito cuidado, repelente, aparelho na tomada e casa fechada”, disse Anderson Buritis. “Na minha casa está parecendo o quartel-general deles. Tem milhões. Temos que fechar a casa às três da tarde e jogar muito remédio. Muito estranho,em época de frio”, comentou Flávia Andrade Prudencini. Os moradores citaram algumas ruas onde o problema está ocorrendo, como as Lauro Ferreira, José Hemetério Andrade, Ernane Agrícola, Vereador Washington Walfrido, Tereza Mota Valadares, Maria Heilbut Serette e Eli Seabra Filho. As famílias procuraram a Regional Oeste para relatar o aumento dos pernilongos. Segundo a assessoria de imprensa da regional, a Vigilância Sanitária foi contatada e eles esperam um parecer do órgão para se pronunciar.
A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio de nota, que, durante as visitas às residências, os agentes de controle de zoonoses orientam os moradores quanto aos cuidados a serem tomados contra os pernilongos. Entretanto, até ontem, não havia nenhuma ação específica do órgão contra o pernilongo doméstico. Segundo a secretaria, o pernilongo doméstico tem como vetor o Culex quinquefaciatus, que tem hábitos diferentes do pernilongo vetor da dengue, o Aedes aegypti. Enquanto o primeiro tem hábitos noturnos e se prolifera em água poluída e com matéria orgânica em decomposição, o Aedes coloca seus ovos em água limpa, não necessariamente potável,mas com pouco material em decomposição.

PROLIFERAÇÃO Segundo especialistas, a proliferação dos pernilongos nesta época pode ocorrer por causa da falta de chuva. “Quando não chove, os depósitos não são lavados e acumula água, o que aumenta a proliferação dos mosquitos”, explica o parasitologista Ricardo Lourenço, do Instituo Oswaldo Cruz.
A falta de limpeza das bocas de lobo, dos ralos das ruas e fossas destampadas podem também contribuir para a proliferação dos pernilongos. “Nestes lugares a temperatura não varia muito, por isso continuam proliferando em grande quantidade”, explica o parasitologista. Para evitar a proliferação, o especialista recomenda as pessoas a tampar as fossas e locais que podem ter água parada, verificar os fossos de elevadores e ralos de ruas e fechar as janelas das casas.
