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Estado de Minas

Cidade aguarda liberação de corpo de prefeito morto em queda de aeronave em Minas

Genil Mata da Cruz e um funcionário morreram em acidente na cidade de Tumiritinga. Cidade decretou luto oficial de três dias


postado em 15/07/2015 08:34 / atualizado em 15/07/2015 11:19

Ver galeria . 8 Fotos Avião caiu quando sobrevoava acampamento de sem-terra em fazenda no município de TumiritingaPolícia Militar/Divulgação
Avião caiu quando sobrevoava acampamento de sem-terra em fazenda no município de Tumiritinga (foto: Polícia Militar/Divulgação )

A cidade de Central de Minas, no Vale do Rio Doce, aguarda a liberação do corpo do prefeito Genil Mata da Cruz (PP), de 39 anos, que morreu juntamente com um funcionário particular, identificado apenas como Douglas, na queda e uma aeronave na tarde de terça-feira em Tumiritinga, na mesma região.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os dois corpos passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML) de Governador Valadares e devem ser liberados depois do reconhecimento dos corpos, que será feito por familiares. O vice-prefeito de Central de Minas, Enéias Mendes disse que a expectativa é de que o corpo seja velado ainda nesta quarta-feira na quadra poliesportiva do município. A prefeitura também decretou luto oficial de três dias.

A Aeronáutica informou nesta quarta que ainda aguarda o parecer do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), pois acidentes com o tipo de aeronave usado pelo prefeito – um monomotor experimental – normalmente não são investigados.

De acordo com o 8º Comando Regional da Polícia Militar, o acidente aconteceu quando o avião sobrevoava um acampamento conhecido por conflitos recentes entre integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e fazendeiros.  Entre as versões para o episódio, há a denúncia de que a aeronave estivesse sendo usada para intimidar os ocupantes, e a suspeita de que o aparelho tenha sido abatido. É o oitavo acidente com aeronaves de pequeno porte este ano no estado, totalizando 17 mortes.

O advogado Siranides Eleotério Gomes, que representa a família de Genil, acredita que o cliente fazia fotos do terreno, que desde o dia 5 está ocupado por um grupo de 150 famílias do Movimento dos Sem-Terra (MST). “Às 13h20 me comuniquei com o Genil, sobre detalhes da ação de reintegração de posse que vamos impetrar na Justiça em Belo Horizonte. Na semana passada, tinha sugerido a ele que fizesse imagens da área invadida, para anexar aos documentos, como forma de dimensionar o espaço”, explicou o advogado.

Prefeito Genil Mata da Cruz(foto: Reprodução/Facebook)
Prefeito Genil Mata da Cruz (foto: Reprodução/Facebook)
Já ocupantes do terreno afirmam que por volta da 16h duas aeronaves de pequeno porte começaram sobrevoar o local, e que os ocupantes jogavam sobre o acampamento sacos plásticos com líquido que parecia combustível. “Foi mais de uma hora voando baixo. As identificações dos aviões estavam cobertas com fita adesiva. Eles jogavam sacos com líquidos com cheiro de gasolina. Até que o piloto de um deles perdeu o controle e caiu em uma mata distante 500 metros do acampamento. Imediatamente o outro avião foi embora”, contou Neurilane de Souza Alves, de 35, do acampamento do MST. Segundo ela, não houve explosões em terra e ninguém se feriu entre os acampados.

As lideranças do movimento denunciam que na madrugada da sexta-feira homens em dois tratores jogaram coquetéis molotov e atiraram em direção ao acampamento. A polícia foi chamada e as pessoas que estavam nos veículos fugiram. Os tratores, que tinham chapas de aço em sua estrutura, como forma de blindagem, foram apreendidos. O advogado Siranides disse desconhecer o fato, mas afirmou que, se os veículos agrícolas são da família do prefeito, não há nenhuma ilegalidade em estarem nas terras deles.

“Genil tentou negociar a saída pacífica com os invasores e houve resistência. Ele então me procurou e pediu que entrasse com uma ação na Justiça. Não agiria por conta própria, já que conseguiria a reintegração de posse por decisão judicial”, disse. Siranides esteve no local do acidente, acompanhado do pai de Genil. “Achei estranho que uma das asas do avião estivesse a cerca de 200 metros do local da queda. Espero que a polícia apure se o avião foi abatido de forma criminosa”, afirmou.


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