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Estado de Minas

Polícia Civil reconstitui crime contra investigadora e marido dela no Barreiro

O delegado Alexandre Oliveira, responsável pelas investigações, ouviu as versões da policial civil baleada e dos três militares envolvidos no crime


postado em 19/05/2015 10:00 / atualizado em 19/05/2015 11:22

A Polícia Civil fez, na noite de segunda-feira, a reconstituição do crime contra a investigadora Fabiana Aparecida Sales, baleada em troca e tiros com policiais militares, e o marido dela, o mecânico Filipe Sales, que morreu no tiroteio. Os trabalhos terminaram por volta de 1h30 desta terça-feira, depois que o delegado Alexandre Oliveira, responsável pelas investigações, ouviu durante seis horas as versões da policial civil e dos três militares envolvidos no crime. O delegado aguarda laudos do Instituto de Criminalística para concluir os trabalhos.

O crime aconteceu em 28 de abril. De acordo com o boletim de ocorrência, dois soldados lotados no 41º e um do 5º Batalhão foram para a mata da Copasa, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, para praticar tiros durante o dia de folga. Os três amigos, à paisana, efetuaram vários disparos no período da tarde e quando saíam da mata, por volta de 18h, perceberam um casal se aproximar.

Perto de um pontilhão na linha férrea que corta a região, os militares viram Filipe e Fabiana andando com armas em punho. Um dos soldados ligou a lanterna do celular para tentar entender o que estava acontecendo, mas não houve tempo porque começou uma intensa troca de tiros. Conforme o boletim de ocorrência, os militares relatam um mal entendido naquele momento, pois pensaram que seriam alvo de assalto.

Filipe morreu no local dos disparos e Fabiana foi atingida por um tiro no abdômen, que transfixou até a nádega direita. Dois soldados atenderam ao pedido de socorro da investigadora e foram até a Avenida Augusto Góis para pedir ajuda. O terceiro soldado se escondeu na mata, temendo que houvesse mais pessoas com o casal. Por causa dos disparos, a PM já havia recebido chamados pelo 190 e uma viatura se deslocou até o local. Esta mesma viatura encontrou os dois soldados envolvidos no crime e foram com eles até o local dos disparos para socorrer Fabiana.

Militares recolheram as armas, que, segundo o boletim de ocorrência, foram usados por Filipe e Fabiana. O revólver que estava com Filipe foi roubado na cidade de Betim, na Grande BH, e pertencia a um PM. As investigações ainda vão apontar como o Filipe adquiriu esta arma. O soldado que ficou escondido na mata foi resgatado e as armas dos três militares, recolhidas. Eles foram levados para a sede do 41º para prestar esclarecimentos antes de seguirem para a delegacia.

Os três militares estão presos respondendo criminalmente pelo homicídio de Filipe, pela tentativa de homicídio de Fabiana e disparo de arma de fogo em via pública. A Corregedoria da PM acompanha o caso e apura em um procedimento administrativo. Representantes da Corregedoria estiveram na reconstituição de ontem, assim como membros do Ministério Público.

O advogado dos PMs, Lúcio Adolfo Silva, deve tentar nos próximos dias a liberdade dos policiais. “Os rapazes estavam fazendo treinamento em local indevido. A policial estava acompanhada do marido – que não era policial, mas se apresentava para todos como policial. Ele inclusive estava armado. Lamentavelmente isso tudo estava errado. A primeira tentativa da defesa agora é buscar liberação dos militares. São três policiais de excelente comportamento, privando a sociedade de seu trabalho”, afirma.

Em nota, a Polícia Civil informou que delegado Alexandre Oliveira solicitou e obteve da Justiça a dilação de prazo para anexar ao inquérito laudos periciais. As informações colhidas durante a reconstituição, bem como os laudos e outras eventuais diligências serão relatadas ao Poder Judiciário dentro do prazo legal.


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