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Estado de Minas

Invasão de vendedores conta com tolerância popular

Investida de ambulantes nas estações do Move, embora às vezes provoque insegurança, não é repudiada por usuários, que sentem falta de estruturas apropriadas de venda nos terminais


postado em 11/05/2015 06:00 / atualizado em 11/05/2015 07:55

No Centro, grande movimento nas estações atrai mais vendedores informais. Funcionários da bilhetagem dizem que nada podem fazer e fiscais falam em dificuldade de agir(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
No Centro, grande movimento nas estações atrai mais vendedores informais. Funcionários da bilhetagem dizem que nada podem fazer e fiscais falam em dificuldade de agir (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Encorajados pela falta de estrutura para oferta de produtos alimentícios nas estações do BRT/Move de Belo Horizonte, os camelôs invadiram esses espaços e conquistaram a tolerância da população que usa os terminais diariamente. Como os passageiros não encontram lanchonetes ou outros tipos de comércio nos terminais, acabam encontrando nos ambulantes uma prestação de serviços conveniente. E, como normalmente não são incomodados, os usuários do transporte não questionam a atividade, que é proibida por lei. As exceções ocorrem apenas quando os vendedores clandestinos transmitem uma sensação de insegurança, pois pulam para as estações sem passar pela roleta.

As duas estações de integração do BRT/Move da Região de Venda Nova contam com estrutura para atender passageiros. A Estação Vilarinho tem um shopping, embora ele não fique perto das plataformas de embarque e desembarque. A Estação Venda Nova conta com pontos de venda de alimentos e outros produtos. Já na Estação São Gabriel, as únicas possibilidades de compra estão próximas ao acesso ao metrô, relativamente distantes das plataformas do BRT. Na Pampulha não há nenhuma estrutura oficial para oferta de produtos. O projeto prevê um restaurante e estabelecimentos comerciais, mas essa parte ainda não foi concluída, atraso que os ambulantes agradecem. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informa que a previsão de término da obra é para este semestre.

Um dos vendedores de balas e outras guloseimas que atuam na Estação Pampulha argumenta que eles estão ali porque o passageiro não tem oferta no local. “Quem chega aqui não tem uma loja para comprar nada. A gente tenta trabalhar de uma forma organizada, sem atrapalhar o caminho de ninguém, e acho que deveríamos ter uma chance”, diz, evitando se identificar. A cozinheira Venisa Adriana Damasceno, de 48 anos, usa o terminal com frequência e não vê problema na presença dos camelôs. “Estão trabalhando de forma honesta. Imagina se você chega com uma criança e precisa de alguma coisa? As vezes, eles podem ajudar, já que aqui não tem nada”, constata.

A estudante Mariana Magalhães, de 18, diz que as pessoas sentem falta de opções de alimentação, porque muitas vezes estão com pressa e saem de casa sem tempo para fazer um lanche. “É a questão da falta de oferta. Não vejo problema no trabalho dos ambulantes, devido a essa ausência de opções”, diz. A opinião é compartilhada pela cabeleireira Zelia Almeida Silva, de 51. “Não me incomoda em nada, até porque na Estação Pampulha eles não atrapalham ninguém. Já que não temos absolutamente nada aqui, viram uma opção”, argumenta.

INVASÃO Apesar de a maioria das pessoas não se incomodar, as atitudes de alguns camelôs acabam disseminando uma sensação de insegurança. Na Estação Silviano Brandão, que fica na Avenida Cristiano Machado, o EM flagrou um grupo vendendo balas. Segundo um dos funcionários da bilheteria, a turma costuma entrar no terminal sem pagar a passagem. “Eles pulam por um vão que existe próximo das pilastras que sustentam o viaduto e é protegido apenas por uma grade baixa”, diz o funcionário.

Depois, ficam com os produtos sentados no chão ou apoiados nos corrimãos da estação. “O fato de entrarem sem pagar e ficar todos juntos no chão ou nas grades dá um certo medo. Até hoje nunca tive problemas, mas que a gente fica com um pé atrás, isso fica, principalmente com a violência que temos presenciado atualmente”, diz a manicure Janaína Gonçalves, de 32, que usa a Estação Silviano Brandão três vezes por semana. A Regional Nordeste da Prefeitura de BH informou apenas que tem fiscalizado a presença de ambulantes no terminal, por meio do projeto Patrulha Fiscaliza BH.


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