Impulsionados pela fé, centenas de fiéis percorreram os cinco quilômetros que levam ao topo da Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, revivendo os últimos passos de Jesus Cristo até a morte na cruz. Foram quase quatro horas de caminhada, que começou às 7h, sob forte neblina, chuva e vento gelado. Muitos romeiros e peregrinos aproveitaram a via-sacra para agradecer graças alcançadas e fazer pedidos à padroeira de Minas Gerais. No alto do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, 1.746 metros acima do nível do mar, o momento foi de reflexão e muita oração. Mais de 50 atores de um grupo de teatro representaram as 14 estações da via-crúcis, desde o momento em que Jesus é condenado à morte até morrer crucificado e ser ressuscitado.
Muitos fiéis pagaram promessa ao carregar uma cruz de 4 metros de comprimento e 70 quilos. Foi o caso de Lidiane Ferreira Lages, de 17, que conseguiu emprego de auxiliar administrativo. “Pedi ajuda a Nossa Senhora da Piedade e ela me atendeu. No meio da quaresma, eu já estava trabalhando”, disse a jovem. A cabeleireira Alice Gonçalves, de 22, levou a sua própria cruz. “Minha mãe e a minha irmã estão doentes e estou aqui em busca da graça da cura”, justificou.
A dona de casa Maria Antônia Ferreira da Silva, de 58, fez todo o percurso com os pés descalços, agarrada ao terço e compenetrada em suas orações. “Participo da via-sacra há oito anos, mas agora estou aqui para agradecer duas graças alcançadas. Meu neto parou aos 2 anos e voltou a caminhar. Minha filha foi atacada por 15 cães, ficou estraçalhada e sobreviveu. Peguei com Nossa Senhora da Piedade e ela me atendeu”, disse Maria Antônia.
Joaquim Tereza, de 72, conta que desde criança acompanha a via-sacra na Serra da Piedade. “Mesmo quando não é semana santa, subo a serra sozinho e paro em cada estação para rezar”, disse o aposentado, que reclamou de fraqueza nas pernas e precisou de um galho de árvore para se apoiar na subida até o santuário. “Vim pedir a Deus muita paz, saúde e proteção para toda a minha família”, comentou.
A argentina Maribel Muller, de 39, conta que há 14 anos participava da via-sacra em São João del-Rei e Tiradentes, no Campo das Vertentes, mas que este ano escolheu a Serra da Piedade e ficou encantada pela beleza do lugar. Maribel estava acompanhada dos filhos Tomás, de 11, e da filha Larrissa, que aproveitou para comemorar seu aniversário de 8 anos.
SÍMBOLO PARA A VIDA A celebração religiosa foi conduzida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom João Justino de Medeiros. Segundo ele, a via-sacra se inspira nos evangelhos que narram a paixão de Jesus Cristo e a sua ressurreição. “Historicamente, os evangelhos começaram a ser escritos de trás para a frente. O mais importante é contar a paixão, morte e ressurreição de Jesus. E os cristãos começaram, ao longo dos séculos, a retomar aqueles pontos do evangelho fazendo caminhos e paradas com estações para meditar. Daí, nasceu a via-sacra na sexta-feira da Paixão, pois nesse dia recordamos esse caminho feito por Jesus, da sua entrega, condenação, caminho do calvário, crucifixão, morte e ressurreição”, disse.
Dom João Justino fez um convite aos fiéis para que possam, ao celebrar a via-sacra, compreender no fundo do coração que ela é um símbolo para as suas vidas. “Ao longo da nossa vida e da nossa história, temos muitos desafios a ser superados, temos dificuldades a enfrentar e muito o que trabalhar e lutar para viver. Às vezes, humanamente sofremos a tentação do desânimo, de parar e não ir adiante. E olhando para Cristo, que foi até o último momento, somos estimulados a fazer o mesmo que ele e amando até o fim. Isso é viver o sentido da Páscoa em nossas vidas”, ensinou o bispo.
Muitos fiéis pagaram promessa ao carregar uma cruz de 4 metros de comprimento e 70 quilos. Foi o caso de Lidiane Ferreira Lages, de 17, que conseguiu emprego de auxiliar administrativo. “Pedi ajuda a Nossa Senhora da Piedade e ela me atendeu. No meio da quaresma, eu já estava trabalhando”, disse a jovem. A cabeleireira Alice Gonçalves, de 22, levou a sua própria cruz. “Minha mãe e a minha irmã estão doentes e estou aqui em busca da graça da cura”, justificou.
A dona de casa Maria Antônia Ferreira da Silva, de 58, fez todo o percurso com os pés descalços, agarrada ao terço e compenetrada em suas orações. “Participo da via-sacra há oito anos, mas agora estou aqui para agradecer duas graças alcançadas. Meu neto parou aos 2 anos e voltou a caminhar. Minha filha foi atacada por 15 cães, ficou estraçalhada e sobreviveu. Peguei com Nossa Senhora da Piedade e ela me atendeu”, disse Maria Antônia.
Joaquim Tereza, de 72, conta que desde criança acompanha a via-sacra na Serra da Piedade. “Mesmo quando não é semana santa, subo a serra sozinho e paro em cada estação para rezar”, disse o aposentado, que reclamou de fraqueza nas pernas e precisou de um galho de árvore para se apoiar na subida até o santuário. “Vim pedir a Deus muita paz, saúde e proteção para toda a minha família”, comentou.
A argentina Maribel Muller, de 39, conta que há 14 anos participava da via-sacra em São João del-Rei e Tiradentes, no Campo das Vertentes, mas que este ano escolheu a Serra da Piedade e ficou encantada pela beleza do lugar. Maribel estava acompanhada dos filhos Tomás, de 11, e da filha Larrissa, que aproveitou para comemorar seu aniversário de 8 anos.
SÍMBOLO PARA A VIDA A celebração religiosa foi conduzida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom João Justino de Medeiros. Segundo ele, a via-sacra se inspira nos evangelhos que narram a paixão de Jesus Cristo e a sua ressurreição. “Historicamente, os evangelhos começaram a ser escritos de trás para a frente. O mais importante é contar a paixão, morte e ressurreição de Jesus. E os cristãos começaram, ao longo dos séculos, a retomar aqueles pontos do evangelho fazendo caminhos e paradas com estações para meditar. Daí, nasceu a via-sacra na sexta-feira da Paixão, pois nesse dia recordamos esse caminho feito por Jesus, da sua entrega, condenação, caminho do calvário, crucifixão, morte e ressurreição”, disse.
Dom João Justino fez um convite aos fiéis para que possam, ao celebrar a via-sacra, compreender no fundo do coração que ela é um símbolo para as suas vidas. “Ao longo da nossa vida e da nossa história, temos muitos desafios a ser superados, temos dificuldades a enfrentar e muito o que trabalhar e lutar para viver. Às vezes, humanamente sofremos a tentação do desânimo, de parar e não ir adiante. E olhando para Cristo, que foi até o último momento, somos estimulados a fazer o mesmo que ele e amando até o fim. Isso é viver o sentido da Páscoa em nossas vidas”, ensinou o bispo.