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Estado de Minas

Operários concluem desmontagem de parte da passarela sobre o Anel Rodoviário

Estrutura foi danificada por um caminhão e parcialmente retirada na madrugada desta sexta-feira. Nova travessia depende de licitação. Pedestres se arriscam para cruzar as pistas do Anel Rodoviário


postado em 10/10/2014 06:00 / atualizado em 10/10/2014 07:20

Corrida perigosa diante de carros de passeio, ônibus e caminhões pesados na travessia do Anel Rodoviário, na altura do Bairro São Francisco, porque não há mais passarela no local(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS )
Corrida perigosa diante de carros de passeio, ônibus e caminhões pesados na travessia do Anel Rodoviário, na altura do Bairro São Francisco, porque não há mais passarela no local (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS )


Foi desmontada metade da passarela provisória do Anel Rodoviário, no Bairro São Francisco, Região da Pampulha. A estrutura, que fica no km 8, foi danificada depois do acidente com um caminhão nesta semana. Os operários começaram a trabalhar na desmontagem por volta das 21h de quinta-feira e trabalharam até as 3h50 da madrugada desta sexta. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), foi retirada metade da estrutura no sentido Vitória. Nesta manhã, duas faixas estão liberadas em cada sentido do Anel e o trânsito flui normalmente. Os trabalhos para remoção do restante da estrutura, no sentido Rio de Janeiro, serão retomados por volta das 22h de hoje.

No primeiro dia depois do acidente, os pedestres se arriscaram na travessia da rodovia, sem nenhuma segurança, com o tráfego liberado. Como a construção de nova estrutura, também provisória, está prevista apenas para o mês que vem, o perigo deve ser a rotina de quem precisa cruzar o Anel naquele local, a pé, pelo menos nos próximos 25 dias.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o procedimento para escolher a nova empresa que vai prestar o serviço está adiantado. O pregão eletrônico ocorreu em 2 de outubro e teve duas firmas interessadas. Abriu-se um prazo para que ambas complementassem a documentação exigida. Se não houver recursos, é possível que a nova passarela fique pronta antes de 4 de novembro, data em que se encerraria o contrato atual e a estrutura antiga deveria ser removida. O órgão federal ainda está avaliando se há possibilidade legal para suspender o documento em vigência, já que passarela está desmontada, para conseguir adiantar o novo projeto e proporcionar uma travessia segura à população o mais rápido possível.

Ontem, operários da empresa Ferpa Engenharia trabalharam ao longo do dia na desmontagem das partes da passarela posicionadas fora das pistas de rolamento. O trânsito fluiu por duas faixas em cada sentido, com a obstrução de uma pista de cada lado, onde ficaram posicionados os caminhões que sustentaram a parte do meio da passarela. Enquanto isso, com o trânsito fluindo normalmente pelo Viaduto São Francisco, várias pessoas passavam de um lado para o outro. Alguns chegaram a pedir para os veículos esperarem, enquanto se arriscavam em meio a carros, motos, ônibus e caminhões.

Um dos pedestres, o ajudante geral Sidney Silva, 32 anos, não se sentiu incomodado em transitar de um lado para o outro. “Essa situação tende a piorar, porque vão começar a aparecer os acidentes. Se não resolverem rápido, vamos fazer uma manifestação”, diz ele. Outra mulher que se arrisca no meio dos veículos prefere não se identificar. “É bem rápido, só vou ali levar um remédio para minha filha”, desconversa. Parado em uma borracharia à espera de um serviço no caminhão, o motorista Leandro Vieira da Silva, de 29, atravessa a rodovia e retorna, sem temor. “Vou mesmo, não há outro jeito. Não tem como ir na outra passarela para voltar isso tudo”, diz ele, se referindo à estrutura instalada do outro lado do Viaduto São Francisco.

Trecho sem passarela tem um dos maiores índices de acidentes da rodovia(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Trecho sem passarela tem um dos maiores índices de acidentes da rodovia (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

RISCO DE MORTE
O vendedor Cristiano de Moura, de 39, lembra que os dois pontos de ônibus, um de cada lado do Anel, estão bem no rumo da passarela atingida pelo caminhão na tarde de quarta-feira. “A travessia tem que ser aqui, não adianta. E é aqui que há movimento”, afirma. Mesmo assim, ele prefere não se arriscar no meio do trânsito pesado do Anel. “Eu passo por baixo do viaduto. Sem a passarela, vai voltar a ser como era antes, o risco de morte vai aumentar, pois muitos atravessam nesse trânsito frenético, que não dá trégua.” O mecânico Alexandre Malagoli, de 32, trabalha com o pai em uma oficina mecânica que fica no sentido Vitória, quase em frente ao local do acidente. Com a travessia, mesmo provisória, era possível atender veículos que precisavam de socorro no sentido Rio de Janeiro. “Agora, não tem jeito. Além disso, piora demais a situação da população do entorno. Antes dessa passagem, vi muito atropelamento.”

REMOÇÃO Para uma solução definitiva, em benefício dos pedestres, é necessário que seja revitalizado o trecho do Anel no entroncamento com a Avenida Antônio Carlos. Também está prevista a remoção de famílias que ocupam terrenos irregulares. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), esta fase do projeto executivo da obra está paralisada, esperando recursos do Dnit. O órgão federal rebate, dizendo que há recursos e que o governo do estado não consegue desenvolver o projeto. O documento que está pronto contempla a reforma de três interseções – Amazonas, Pedro II e Praça São Vicente –, mas está em fase de revisão e ainda não há sinalização do início das obras.

O improviso a cada licitação


Em novembro de 2011, provocada pelo Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal obrigou o Dnit a instalar uma passarela no Km 8 do Anel Rodoviário, pois o trecho era um dos principais pontos de atropelamento na rodovia. O Dnit alegou que não seria interessante construir uma estrutura definitiva, pois o entroncamento do Anel com a Avenida Antônio Carlos será revitalizado de forma definitiva, porém, ainda sem data definida. Em novembro de 2012, foi implantada uma passarela provisória, com armação de aço. A empresa vencedora da licitação, cujo contrato vence em 4 de novembro deste ano, assumiu a responsabilidade de garantir a manutenção da estrutura por dois anos. Nova licitação está em andamento para escolher qual empresa vai levantar outra passarela provisória, até que as
obras de revitalização do
Anel saiam do papel.


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