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Estado de Minas

Médica que mandou cortar pênis do ex-noivo tem direito de trabalhar suspenso

Juiz constatou irregularidades no benefício da médica que, segundo ele, chegou a sair do presídio todos os dias mesmo estando desempregada


postado em 08/09/2014 11:30 / atualizado em 08/09/2014 20:20

Médica cumpre pena no regime semiaberto(foto: Reprodução/Facebook)
Médica cumpre pena no regime semiaberto (foto: Reprodução/Facebook)
A médica Myriam Priscila de Rezende Castro, condenada a seis anos de prisão por ter mandando cortar o pênis do ex-noivo em Juiz de Fora, na Zona da Mata, teve suspenso o direito de sair para trabalhar fora da prisão durante o dia. Na decisão, o juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte, afirmou que a mulher de 34 anos tentou “ludibriar” a Justiça ao não cumprir corretamente o acordo de trabalho.

Myriam está presa na Penitenciária Estevão Pinto, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte, e cumpre a pena em regime semiaberto. Conforme a decisão, Myriam conseguiu autorização para trabalhar em junho deste ano, apresentando a proposta de uma escola infantil da Região da Pampulha, na capital.

No entanto, a defesa apresentou uma petição explicando que a médica foi dispensada do trabalho logo no primeiro dia e começou a procurar emprego em outros lugares. Ela acabou sendo contratada pela Prefeitura de Ibirité para atuar no Programa de Saúde da Família. Diante da situação, a defesa pediu que a autorização para trabalho externo fosse alterada para permitir a saída dela.

O juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira afirma que a médica não demonstrou comprometimento com o benefício de trabalho externo. Em sua decisão, publicada no dia 5 de setembro, o magistrado ressalta que ela vinha desvirtuando o procedimento “(...) ao que tudo indica, tentou ludibriar o juíz, uma vez que, ao ser dispensada pelo empregador, já no primeiro dia de labor, não comunicou a este juiz, nem mesmo à autoridade custodiante a respeito da situação. Além disso, ela permaneceu saindo diariamente do presídio, como se trabalhando estivesse, evidenciando irresponsabilidade com os seus deveres”, explica o juiz.

O magistrado esclarece que Myriam produziu provas contra si mesma. “Curioso é que na comunicação interna feita pelo atual empregador, trazido pela própria apenada, atesta-se que ela não está cumprindo corretamente o seu horário de trabalho, gerando transtornos no atendimento dos pacientes”. Considerando as irregularidades apresentadas, o juiz ordenou a suspensão do benefício de saída para o trabalho externo e outras autorizações de saída concedidas a ela.

O advogado Giovanni Caruso Toledo afirmou que houve um erro de interpretação por parte do magistrado. “Foi eu quem levou o documento sobre o horário de trabalho. O transtorno que citei foi sobre o tempo de deslocamento que ela leva para chegar até o posto. Ela sai às 7h da cadeia e chega no posto às 8h30, sendo que o horário de entrada é 8h. O transtorno seria o tempo sem atendimento que os pacientes ficam. E não o atendimento de minha cliente”, explicou o defensor. O documento foi anexado no processo para pedir a mudança do horário da saída da réu da cadeia.

O advogado informou que entregou um documento no TJMG dando ciência a decisão do juiz. Pediu que o processo seja entregue ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com urgência para depois ser marcada um julgamento de justificação.

Entenda o caso


O crime aconteceu em 2002, quando Wendel José de Souza terminou o relacionamento com Myrian três dias antes do casamento. Conforme a investigação da Polícia Civil, revoltada com a situação, ela e o pai dela procuraram dois homens e acertaram com eles a mutilação de Wendel.

A vítima foi rendida pelos criminosos quando estava na companhia do irmão, que desmaiou ao presenciar a cena de violência. Os homens usaram uma faca para cortar o pênis do rapaz e disseram que estavam cometendo o ato a mando da mulher. Além disso, Wendel teve o carro e a casa incendiados após o fim do noivado.

Ainda segundo a polícia, após o fato, Myriam mudou-se para Barbacena, onde atuou como médica e morou até 2013. No fim do ano passado, partiu para o interior de São Paulo, estado onde foi presa.

Entrevista


Na semana passada, foi ao ar uma entrevista exclusiva concedida pela médica à TV Alterosa em frente à Penitenciária Estevão Pinto. Myriam disse à reportagem que o pai e um outro homem, cujo nome ela não quis citar, foram os responsáveis pelo crime. Assista:


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